SANTA SÉ: REQUISITOS PARA O CONTROLE DAS ARMAS NUCLEARES
Nova York, 06 mai (RV) – Realizou-se nesta terça-feira, em Nova York, o terceiro
encontro do Comitê Preparatório da Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação
de Armas Nucleares (TNP), prevista para 2010. A Santa Sé participou da sessão, e seu
representante, o Arcebispo Celestino Migliore, proferiu um discurso.
O Tratado
foi assinado há 40 anos, e a Santa Sé continua reiterando seu firme e contínuo apoio
a esse instrumento-chave para o reforço da paz e da segurança internacionais. "Mas,
infelizmente – ressaltou Dom Celestino Migliore – hoje constatamos que há mais de
26 mil ogivas nucleares no mundo, e alguns países continuam correndo para se unir
ao "clube nuclear"."
De positivo, a Santa Sé vê as iniciativas de governos,
organizações internacionais e da sociedade civil no sentido de colocar novamente o
desarmamento nuclear e a não-proliferação no centro do debate internacional.
A
delegação da Santa Sé espera que se efetive a redução dos arsenais nucleares, e que
se verifiquem progressos na resolução de questões relacionadas à entrega das armas
nucleares. Iniciativas e posições expressas nos últimos meses revigoram a esperança
de que a meta de um mundo livre de armas nucleares é possível.
A Santa Sé
sugere que a revisão do TNP só poderá se realizar, se os membros forem sérios com
seu compromisso; se as negociações para a utilização de materiais alternativos começarem
imediatamente; se os países excluírem toda e qualquer dependência em relação às armas
nucleares; e se a utilização pacífica da energia nuclear estiver sob o estrito controle
da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA).
"Considerando a crescente
necessidade de energia no mundo, é imperativo encontrar soluções comuns e estruturas
internacionais para a produção de combustível nuclear. A AIEA deve garantir segurança
e acesso equitativo para todos" – pediu Dom Celestino Migliore.
A Santa Sé
exortou os países-membros a assumirem uma corajosa liderança política e responsável,
para proteger a integridade do TNP e criar um clima de confiança, transparência e
cooperação, em vista da concretização de uma cultura da vida e da paz. (CM)