PEREGRINAÇÃO DO PAPA NA TERRA SANTA, UM ATO DE ESPERANÇA E DE CORAGEM, DIZ PE. FEDERICO
LOMBARDI
Cidade do Vaticano, 04 mai (RV) - Cresce a expectativa no mundo cristão – e
não só – pela viagem do papa à Terra Santa, de 8 a 15 do corrente. Esta manhã, o diretor
da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, ilustrou à imprensa o programa
da peregrinação que Bento XVI fará, nas pegadas de seus predecessores – Paulo VI e
João Paulo II que, respectivamente, em 1964 e no ano 2000, visitaram aqueles Lugares
Santos da fé.
Antes de deter-se sobre as várias etapas de um itinerário marcado
por eventos religiosos e encontros civis que caracterizarão as intenções dessa peregrinação
– que o próprio pontífice quis recordar no Regina Coeli de ontem – Pe. Lombardi ressaltou
que será "uma viagem importante, interessante e muito complexa".
Em primeiro
lugar, "confirmar e encorajar os cristãos da Terra Santa" que, diariamente, devem
enfrentar muitas dificuldades. Em seguida, o diretor da Sala de Imprensa da Santa
Sé destacou as diversas cerimônias das quais o Santo Padre participará.
Outra
intenção primária do pontífice – como ele mesmo afirmou – será fazer-se "peregrino
de paz, no nome do Deus único que é Pai de todos, testemunhando o compromisso da Igreja
Católica em ajudar aqueles que se esforçam para praticar o diálogo e a reconciliação,
para alcançar uma paz estável e duradoura na justiça e no respeito recíproco".
Pe.
Lombardi frisou que a viagem terá várias etapas – Jordânia, Israel e Territórios palestinos
– inserindo-se, portanto, num contexto religioso e civil que se tornou ainda mais
complicado após o conflito em Gaza, e que agora apresenta uma série de incógnitas
com o novo governo de Israel; as divisões políticas entre palestinos e as eleições
de janeiro adiadas; as tensões em relação ao Irã; e a política do novo presidente
estadunidense, Barack Obama.
"É um complexo de situações, de movimento e também
de tensões em que a viagem do papa se apresenta como um ato de esperança e de confiança
em poder dar uma contribuição para a paz e para a reconciliação. Parece-me um ato
também decididamente corajoso. Parece-me um belo testemunho de compromisso, para levar
mensagens de paz e de reconciliação também em situações difíceis" - enfatizou Pe.
Lombardi.
O papa encontrará o rei da Jordânia, o presidente e o primeiro-ministro
israelenses, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina: esses são os eventos
de caráter político mais relevantes, e encontrará os líderes e os fiéis dos seis ritos
católicos e de outras confissões cristãs, além dos chefes religiosos do Judaísmo e
do Islamismo.
Bento XVI irá à esplanada das Mesquitas e ao Muro Ocidental (Muro
das Lamentações), visitará os refugiados palestinos em Belém, e também o Memorial
de "Yad Vashem", em Jerusalém, onde homenageará as vítimas do holocausto, mas não
irá ao Museu Histórico.
Como ressaltou o próprio Santo Padre referindo-se à
sua peregrinação à Terra Santa, que terá início na próxima sexta-feira, essa viagem
apostólica não deixará de ter "uma notável importância ecumênica e inter-religiosa".
(RL)