2009-04-30 10:41:58

LECTIO MAGISTRALIS DE PE. LOMBARDI: "A COMUNICAÇÃO VISTA DE ROMA"


Salamanca, 30 abr (RV) - O diretor-geral da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi, recebeu nesta quarta-feira, na Universidade de Salamanca, Espanha, o título de "doutor honoris causa", que lhe foi concedido pela Faculdade de Comunicação.

"A rede e a comunicação vistas de Roma" foi o tema da "lectio magistralis" de Pe. Lombardi, que é também diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e do Centro Televisivo Vaticano.

Em especial, Pe. Lombardi relatou sua experiência pessoal no campo da informação, primeiramente como redator da revista jesuíta "Civiltà Cattolica", e a seguir, traçando seu percurso como diretor da Sala de Imprensa, até chegar aos últimos meses, quando se viu respondendo às polêmicas sobre declarações do papa.

"Não pretendo dizer que tudo o que foi feito ou que é feito hoje, na comunicação vaticana, seja perfeito, mas creio que, num mundo como o nosso, seja ilusório pensar que a comunicação possa ser sempre bem controlada e realizar-se sempre como um processo regular e equilibrado" – afirmou o jesuíta.

Pe. Lombardi ressaltou a dialética como característica da comunicação vaticana. Ou seja, a Igreja comunica sua posição, os meios de comunicação de massa fazem sua crítica e a Santa Sé rebate com uma resposta mais aprofundada. "Não se deve pretender evitar o debate, mas sim procurar conduzi-lo, para alcançar resultados positivos, a fim de esclarecer as posições da Igreja" – sublinhou.

"Deve-se saber que, muitas das coisas que a Igreja diz – e que nós diremos, se lhe formos fiéis – vão contracorrente, e devemos esperar que isso aconteça. Não tanto porque tais posições da Igreja são atrasadas ou fora da história do nosso tempo, mas porque o Evangelho de Jesus é, muitas vezes, contracorrente."

Para Pe. Lombardi, a comunicação vaticana é, portanto, um desafio, primeiramente de purificação e de testemunho de fé, um desafio que requer muita paciência e constância. "É um desafio crucial, em que os erros e pontos fracos vêm à luz inexoravelmente, e as contradições entre o que dizemos e o que fazemos são pagas a alto preço, como ensina a história trágica dos abusos sexuais na Igreja e a suas conseqüências em vários países do mundo."

Por fim, Pe. Lombardi recordou a dimensão "profética" da palavra da Igreja e do papa, que "sempre continuarão a suscitar reações e oposições, mas que conseguirão ser ouvidas quanto mais forem apoiadas pelo testemunho crível da Igreja".

"Comunicação para a comunhão. Comunicar para unir: essa é a síntese mais rica da minha vocação de comunicador, da nossa vocação de comunicadores" – conclui Pe. Lombardi. (BF)







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