BISPOS QUENIANOS DENUNCIAM INSENSIBILIDADE DO GOVERNO COM SOFRIMENTO DO POVO
Nairobi, 29 abr (RV) – A Conferência Episcopal do Quênia afirmou que a grande
maioria dos líderes do país mostra uma insensibilidade frente às necessidades do povo.
"Eles buscam seus interesses egoístas, alimentando assim a ganância e a corrupção
– afirmaram os bispos –. Bens e riquezas que, por direito, pertencem ao povo estão
sendo apropriados."
Os prelados do Quênia expressaram seu profundo desacordo
com a situação do país em uma declaração publicada no final da Assembléia Plenária.
O texto foi assinado pelo presidente da Conferência Episcopal Queniana e arcebispo
de Nairóbi, Cardeal John Njue, e outros 24 bispos do país.
No texto, os bispos
denunciam que "os direitos humanos estão sendo violados. Mesmo a religião tem sido
usada para justificar a ânsia pelo poder", afirmaram.
Para os bispos, há uma
profunda crise ética no país e "todos têm uma parcela de culpa", incluindo a Igreja.
Eles disseram que a Igreja não prega o amor e a unidade com os pés na realidade. "Não
há necessidade de reescrever os Dez Mandamentos. Eles precisam ser entendidos e vividos",
declararam os prelados.
Outro sério problema no Quênia é a falta de alimentos,
por causa da seca e da especulação com preços altos. De acordo com autoridades locais,
10 milhões de quenianos podem morrer de fome.
Os bispos encerraram a carta
com um apelo de esperança: "A Páscoa deve ser um tempo de alegria e esperança. Nós
também, com a ajuda de quenianos patrióticos, podemos sair do abismo". (TM)