A obediência de que nos fala a Palavra de Deus nasce de uma convicção íntima e consiste
num olhar interior que sabe discernir o que Deus quer: Bento XVI numa missa com fiéis
mexicanos
Quinta-feira, dia 23, Bento XVI celebrou a Eucaristia na capela "Redemptoris Mater",
do Vaticano, com a participação de uns 85 fiéis mexicanos, acompanhados pelo cardeal
Norberto Rivera, arcebispo da Cidade do México. Tratava-se do grupo de organizadores
do VI Encontro Mundial das Famílias, que se realizou na capital mexicana de 13 a 18
de Janeiro passado. Ao Papa foi agora oferecido um grande mural, que apresenta a sua
própria imagem, no gesto de agradecer, com as mãos unidas: na prática uma gigantografia
formada por um conjunto de nada menos de 7.182 fotografias de outras tantas pessoas
de 261 cidades, de 25 diferentes países do mundo.
Na homilia da celebração,
Bento XVI, num breve comentário das leituras do dia, evocou a afirmação de São Pedro
“Deve obedecer-se antes a Deus, do que aos homens”. O que – observou – concorda plenamente
com o que nos diz o Evangelho de João: “Quem acredita no Filho tem a vida eterna.
Quem se recusa a crer no Filho, não vê a vida eterna”.
“A Palavra de Deus
fala-nos de uma obediência que não é simples sujeição, nem um mero cumprir mandamentos,
mas que nasce de uma íntima comunhão com Deus e consiste num olhar interior que sabe
discernir aquilo que vem do alto e está acima de tudo. É fruto do Espírito
Santo que Deus concede sem medida”.
Dirigindo-se especialmente às famílias
mexicanas presentes, observou ainda Bento XVI:
“Os nossos contemporâneos precisam
de descobrir esta obediência, que não é teórica, mas vital; que é um optar por um
comportamento concreto, baseado na obediência ao querer de Deus, que nos faz ser plenamente
livres. As famílias cristãs, com a sua vida doméstica, simples e feliz, partilhando
dia a dia as alegrias, esperanças e preocupações, vividas à luz da fé, são escolas
de obediência e âmbito de verdadeira liberdade”.