2009-04-22 10:12:14

CONFERÊNCIA SOBRE RACISMO APROVA DOCUMENTO. SATISFAÇÃO DA SANTA SÉ


Genebra, 22 abr (RV) - Três dias antes do final da Conferência da ONU sobre o Racismo, em Genebra, cerca de 140 países aprovaram ontem, surpreendentemente e por consenso, a declaração final. Trata-se do mesmo texto apoiado na última sexta-feira por quase 190 países. A aprovação foi antecipada para evitar mudanças do texto após as irritações causadas pelo discurso do presidente iraniano na conferência.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, comemorou a aprovação. Sua porta-voz, Marie Okabe, disse em entrevista coletiva que o secretário-geral ficou entusiasmado com a aprovação do documento final por todos os países-membros da ONU, com exceção dos nove que decidiram não participar do encontro.

A rápida aprovação da declaração foi atribuída ao medo de que a ausência de países de peso, como os Estados Unidos e cinco países europeus, e a politização das discussões, provocassem novas deserções e o consequente fracasso do fórum.

Para o Brasil e os países latino-americanos, o acordo é uma primeira tentativa de dar mensagem contrária à proliferação de medidas contra a imigração nos países ricos e um sentimento de maior tensão em relação aos estrangeiros.

A declaração está sendo vista pelas ONGs, pela ONU e por governos como a primeira tentativa de ‘curar as feridas’ na relação entre Ocidente e islâmicos desde os atentados terroristas de 2001.

Para o Vaticano, “o documento final da Conferência Internacional sobre o Racismo não é perfeito, mas respeita os fundamentos do direito humanitário”.

Falando à RV, o observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, em Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi, destacou que entre os delegados reina grande satisfação por ver encerrado o capítulo relativo a este texto, o que ‘aliviou um pouco o clima da Conferência’:

“O documento - disse - abre também o caminho para negociar no futuro, temas que estão sendo aceitos pela primeira vez, universalmente. Se persistir a boa-vontade e não houver preconceitos de um país contra outro nem discriminações entre grupos religiosos, as condições para combater toda forma e manifestações de racismo podem melhorar".

O representante da Santa Sé na Conferência declarou que a maior preocupação de todos era dar um sinal claro, concentrando-se no conteúdo do documento e ignorando interpretações e eventos políticos. “A mensagem que o documento quer passar é que as novas formas de racismo, xenofobia e intolerância são inaceitáveis, e que a estrada a percorrer está na intenção da comunidade internacional de criar novos mecanismos pra combatê-los." (CM)







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