Prémio Padre Manuel Antunes 2009 atribuído a Adriano Moreira
A Igreja Católica em Portugal atribuiu a Adriano Moreira o Prémio de Cultura “Padre
Manuel Antunes” 2009, galardoando uma vida em que teve “a preocupação por inscrever
a política num horizonte axiológico, que tenha a pessoa como valor fundamental”. A
distinção, na sua quinta edição, foi instituída pelo Secretariado Nacional da Pastoral
da Cultura (SNPC), procurando destacar anualmente um percurso ou uma obra, onde os
valores do Humanismo e da Experiência Cristã se achem reflectidos. “A edição
recente do volume de memórias «A Espuma do Tempo – Memórias do Tempo de Vésperas»
oferece-nos a oportunidade para distinguir com o Prémio «Árvore da Vida/Padre Manuel
Antunes» o percurso intelectual e cívico de uma figura que tem qualificadamente contribuído
para a dignificação da vida pública portuguesa”, refere a acta do júri, agora publicada.
Adriano
José Alves Moreira nasceu em 1922. Professor de ciência política e relações internacionais,
foi Ministro do Ultramar entre 1961-1963, deputado da partir de 1979 e Vice-Presidente
da Assembleia da República entre 1991-1995, deixando então a vida política. É membro
da Academia Brasileira de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia
de Marinha, da Academia de Ciencias Morales y Politicas de Madrid e da Academia Portuguesa
da História.
Para o júri do Prémio, Adriano Moreira apresenta uma “biografia
rica”, destacando “como legado cheio de futuro, a sua consideração de que a política
é «no fundo, a urgência de travar a batalha da autenticidade, a única onde parece
possível ver convergir todos os que pensam que faz parte da dignidade do homem ajudar
a construir o mundo»”.
O júri foi constituído por D. Manuel Clemente, presidente
da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais; João Aguiar,
presidente do Conselho de Gerência da Rádio Renascença; Maria Teresa Dias Furtado,
professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; António Vaz Pinto, jesuíta,
director da revista «Brotéria»; e José Tolentino Mendonça, director do Secretariado
Nacional da Pastoral da Cultura. Os vencedores das edições anteriores foram o
poeta Fernando Echevarria, o cientista Padre Luís Archer, o cineasta Manoel de Oliveira
e a professora de Estudos Clássicos Maria Helena da Rocha Pereira.