2009-04-21 16:34:30

Papa exalta a figura de Santo Anselmo, nos 900 anos do seu nascimento, celebrados neste dia 21 de Abril, em Aosta, sua terra natal


Com uma semana de celebrações e iniciativas culturais, a diocese de Aosta (norte da Itália) recorda, no âmbito de um especial Ano Anselmiano, o IX centenário da morte de Santo Anselmo, que foi monge beneditino no mosteiro de Bec, em França, e depois arcebispo de Cantuária, na Inglaterra. Nesta terça feira, dia 21, às 18 horas, na catedral de Aosta, terra natal do Santo, o cardeal Giacomo Biffi, arcebispo emérito de Bolonha, presidiu, como enviado do Santo Padre, a uma solene eucaristia comemorativa destes novecentos anos.
Nesta ocasião, Bento XVI enviou ao cardeal Biffi uma Carta em que convida a fazer resplandecer “o tesouro de sapiência” de Santo Anselmo “para que os homens, sobretudo os europeus”, possam aproximar-se deste grande bispo e doutor da Igreja. Embora arcebispo – recorda o Papa – Santo Anselmo quis ser antes de mais um monge beneditino, consciente da importância da vida monástica. Na Epistula de Incarnatione Verbi, ele define-se a si mesmo simplesmente como frei Anselmo. Escrevendo a um jovem monge – sublinha Bento XVI – Santo Anselmo recorda que antes de mais se deve amar o propósito, o desejo de ser monge. A importância que Santo Anselmo dá à Lectio Divina, eixo central da vida beneditina, é evidente no seu livro “Prologus orationum sive meditationum”, que escreveu para estimular os leitroes “ao amor e ao temor de Deus”.
Retomando as palavras de Santo Anselmo, o Papa recorda que a Palavra de Deus “não se deve ler no meio do ruído e confusão, mas num ambiente tranquilo, nem a correr, velozmente, mas sim pouco a pouco e com intensa meditação”. Nos seus escritos – afirma o Papa – “não há qualquer separação entre erudição e devoção, entre teologia e mística, quando procura compreender os mistérios da fé”. A sua obra mais conhecida – intitulada “Proslogion” – é, como as “Confissões” de Santo Agostinho, ao mesmo tempo oração e desejo de contemplar o rosto de Deus.
Referindo-se a uma outra obra – “Cur Deus homo”, o Santo Padre recorda que segundo Santo Anselmo, a razão chega a contemplar a beleza da verdade na busca mais alta da fé: “Se não crerdes, não compreendereis”. Quanto mais se recorre ao intelecto – escreve o Santo – tanto mais uma pessoa se aproxima de tudo aquilo a que os homens aspiram.
Tendo presente o magistério deste doutor da Igreja – lê-se ainda na Carta do Santo Padre – o Colégio de Santo Anselmo, fundado pelo Papa Leão XIII para formar os jovens de todo o mundo, conserva e promove estes ensinamentos imprescindíveis para a vida monástica. Este Colégio – escreve finalmente Bento XVI – tornou-se num instituto académico internacional que oferece uma formação filosófica, teológica e litúrgica, conjugando, como fez Santo Anselmo, a fé com o conhecimento da fé, graças ao intelecto.








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