Genebra, 20 abr (RV) - A Santa Sé participará da Conferência "Durban 2" com
uma delegação presidida pelo observador permanente nas Nações Unidas em Genebra, Dom
Silvano Maria Tomasi, e composta por um membro do Pontifício Conselho da Justiça e
da Paz e um membro do Pontifício Conselho para os Migrantes e os Itinerantes.
"A
participação da Santa Sé na Conferência é motivada pelo peso atribuído pela Igreja
aos temas da discriminação racial e da intolerância. Questões relevantes do ponto
de vista ético porque revestem um papel central para o respeito da pessoa humana"
– afirmou ontem o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Lombardi.
Por
sua vez, Dom Silvano Maria Tomasi explica que a Santa Sé tem razões muito coerentes
para participar da conferência de Genebra: "Já havíamos participado da conferência
de Durban em 2001, e agora o evento de Genebra é importante porque o racismo, presente
em muitas formas em muitos países, representa uma questão de caráter ético à qual
não podemos nos subtrair: cada pessoa tem a mesma dignidade e não pode ser objeto
de comportamentos discriminatórios".
''Se não participarmos, que mensagem
daremos, por exemplo, aos países africanos? Se deixarmos que a mensagem da indiferença
prevaleça sobre as razões políticas, acabaremos por impulsionar esses países a uma
direção com conseqüências negativas. Basta pensar no fenômeno da imigração maciça
em direção à Europa. Que mensagem de convivência damos a essas pessoas?" – pergunta-se
Dom Tomasi.
"Se a declaração final será aceitável ou não, conclui o arcebispo,
em todo o caso devemos estar presentes para tentar mudar algumas posições." Para ele,
isso serve também para reforçar as estruturas internacionais e dar a possibilidade
a todos de contribuir para fazer avançar uma cultura mais solidária. (BF)