Washington, 17 abr (RV) - A Conferência dos Bispos Católicos dos EUA pediu
ao Presidente Barack Obama e a seu colega mexicano, Felipe Calderón que, em seus encontros
durante a visita de Obama ao México, contemplem os direitos dos migrantes e se comprometam
em humanizar a política binacional de imigração.
Em nome do Episcopado, o presidente
da Pastoral da Imigração, Dom John C. Wester, bispo de Salt Lake City, ressaltou a
importância da imigração como fator chave para o relacionamento entre os dois países:
"A imigração não é apenas um assunto doméstico. O relacionamento entre os dois presidentes
pode resolver numerosos problemas internos de nossos países, como a violência gerada
pelas drogas e o narcotráfico, e seus efeitos na economia."
O bispo destacou
também, a ironia de os imigrantes não receberem proteção legal, serem discriminados
e criminalizados pelos inúmeros males sociais, ao mesmo tempo em que são os responsáveis,
com seu trabalho, pela transformação do capital em lucro, em numerosos países industrializados.
Dom
John Wester citou como primeiro exemplo o caso dos mexicanos que, não podendo manter
suas famílias em seu país, são forçados a realizar perigosas viagens aos EUA e aceitar
subempregos miseráveis, mas fundamentais para a economia norte-americana. "Como resultado,
os EUA recebem os benefícios de sua labuta e dos impostos que pagam, sem se preocupar
em tutelar seus direitos, nem nos tribunais nem nos locais de trabalho" – acrescentou
o prelado.
Ontem, durante o encontro dos dois chefes de Estado – norte-americano
e mexicano − organizações de imigrantes mexicanos pediram que o presidente dos Estados
Unidos freasse as campanhas de deportação de imigrantes ilegais, medida que tem se
acentuado nos últimos dois anos.
A Associação Mundial de Mexicanos no Exterior,
que reúne mais de 700 organizações, reconheceu uma "significativa mudança no discurso
e na atitude" de Washington em relação ao México, mas destacou que isso agora, deve
se refletir em sua política migratória.
As organizações de imigrantes mexicanos
pedem aos Estados Unidos que lhes garanta os mesmos direitos conquistados pela comunidade
negra do país. (CM)