NOVO BISPO DE HONG KONG SEGUIRÁ A LINHA DO PREDECESSOR
Hong Kong, 16 abr (RV) - Dom John Tong, nomeado nesta quarta-feira como novo
bispo de Hong Kong, assegurou hoje em uma entrevista coletiva que seguirá a linha
de seu predecessor com relação aos direitos humanos. Porém, ele afirmou que não participará
de manifestações como Joseph Zen Zé-kiun fazia.
“Não participarei de nenhum
evento que comemore o incidente de 4 de junho (em referência ao massacre da Praça
da Paz Celestial, que completará 20 anos), já que não participei no passado”, avisou.
Nesse
sentido ele aludiu que o clero conta com um “tempo limitado”, mas assegurou que busca
os “mesmos objetivos” que Zen. Em sua primeira entrevista coletiva como bispo de Hong
Kong, Dom Tong, de 70 anos, disse que rezará pelos mortos do 4 de junho durante uma
missa que será celebrada dias antes da data.
Sobre o ocorrido, ele comentou
que “todas as vidas são preciosas e devem ser protegidas, a violência não pode resolver
problemas”. Ele lembrou o apoio dado pela Igreja ao diálogo como forma de solucionar
conflitos.
Dom Tong ofereceu-se como intermediário entre o governo chinês e
a Santa Sé. Ele afirmou, porém, que as relações entre os dois Estados não eram sua
“responsabilidade direta”. Segundo o novo bispo de Hong Kong, já “houve negociações
informais entre a Santa Sé e o governo chinês”.
Ele explicou que o que a Igreja
local pode fazer é “formar padres e freiras”, assim como “promover a unidade e a comunhão
entre as diferentes comunidades na Igreja na China”.
Segundo Dom Tong a situação
atual de direitos humanos na China, incluída a liberdade religiosa, ainda está longe
do ideal. Apoiando-se nas Escrituras, o prelado lembrou que “nascemos livres e os
direitos humanos nos são dados por Deus”, não um governo determinado, por isso “nenhum
governo deve erodir esses direitos”. (TM)