Fundamental para a nossa fé e para o nosso testemunho cristão proclamar a ressurreição
de Jesus como acontecimento real, histórico
“É fundamental para a nossa fé e para o nosso testemunho cristão que se proclame a
ressurreição de Jesus de Nazaré como um acontecimento real, histórico, atestado por
numerosas testemunhas que se tornaram autoridade”: em plena semana pascal – prolongamento
do grande Domingo da Ressurreição, foi naturalmente este o tema da catequese de Bento
XVI, na audiência geral desta quarta, numa praça de São Pedro ainda decorada de flores
e repleta de peregrinos, sob um esplêndido sol primaveril.
O Papa, que se
encontra toda esta semana na residência de Castelgandolfo, nos arredores de Roma,
deslocou-se expressamente, de helicóptero, ao Vaticano, só para a audiência. Será
em Castelgandolfo que Bento XVI celebrará, nesta quinta-feira, 16 de Abril, os seus
82 anos. Ali também receberá, sábado, em audiência, uns três mil Franciscanos, que
celebram nestes dias o oitavo centenário da aprovação da respectiva Regra. Domingo,
quarto aniversário da sua eleição como sucessor de Pedro, será ainda no pátio da residência
estiva que Bento XVI acolherá, ao meio-dia, os peregrinos para a recitação da antífona
mariana do tempo pascal, Regina Coeli.
Na audiência desta quarta-feira, como
dizíamos, Bento XVI sublinhou uma vez mais uma elemento fundamental da nossa fé: a
verdade histórica da ressurreição de Jesus. “É fundamental para a nossa fé e para
o nosso testemunho cristão que se proclame a ressurreição de Jesus de Nazaré como
um acontecimento real, histórico, atestado por numerosas testemunhas que se tornaram
autoridade”, sublinhou. “Também nos nossos tempos (prosseguiu), não falta quem procure
negar a sua historicidade, ao reduzir o relato evangélico a um mito”. O Papa diz que
muitos “retomam e apresentam velhas teorias, já gastas, como novas e científicas”.
“A
ressurreição não foi para Jesus um simples regresso à sua vida terrena precedente,
mas foi a passagem a uma dimensão profundamente nova da vida, que também diz respeito
a nós, que toca toda a família humana, a história e o universo”. “A novidade surpreendente
da ressurreição é tão importante que a Igreja não deixa de proclamá-la, prolongando
a sua recordação, especialmente no Domingo, que é o dia do Senhor e a Páscoa semanal
do povo de Deus”. “Este evento mudou a vida das testemunhas oculares e, ao longo dos
séculos, gerações inteiras de homens acolherem-no com fé e testemunharam-no até chegar
mesmo ao martírio”, precisou o Papa. Já na sua mensagem «Urbi et Orbi», no Domingo
de Páscoa, o Papa sublinhara que a fé na ressurreição “não se funda sobre “simples
raciocínios humanos”, mas sobre “um dado histórico de fé”. Afirmou então, textualmente,
Bento XVI: “A ressurreição não é uma teoria, mas uma realidade histórica revelada
pelo Homem Jesus Cristo por meio da sua «páscoa», da sua «passagem», que abriu um
«caminho novo» entre a terra e o Céu. Não é um mito nem um sonho, não é uma visão
nem uma utopia, não é uma fábula, mas um acontecimento único e irrepetível: Jesus
de Nazaré, filho de Maria, que ao pôr do sol de Sexta-feira foi descido da cruz e
sepultado, deixou vitorioso o túmulo”.
Entre as dezenas de milhares de peregrinos
presentes na Praça de São Pedro encontravam-se também peregrinos portugueses, nomeadamente
de Lamego e do Seminário Maior de Coimbra, que o Papa saudou na nossa língua: “Amados
peregrinos de língua portuguesa, alegrai-vos e exultai comigo, porque o Senhor Jesus
ressuscitou. A ressurreição de Cristo é a nossa esperança! Este pregão pascal ressoa
por toda a terra: ressoa no coração dos brasileiros e dos portugueses de Lamego e
da diocese de Coimbra! Com alegria, saúdo a comunidade do seu Seminário Maior que,
há 250 anos, facilita esta passagem do testemunho da ressurreição, com a formação
de novos arautos e servidores. Sobre todos, desça a minha Bênção. Ad multos annos!”