BENTO XVI NA MISSA DE PÁSCOA: "CRISTO É A VERDADEIRA PAZ DO MUNDO"
Cidade do Vaticano, 12 abr (RV) - Cristo ressuscitou! Neste domingo de Páscoa,
Bento XVI presidiu, no adro da Basílica vaticana, à celebração eucarística, diante
de 100 mil de pessoas na Praça S. Pedro.
Na homilia, comentando a segunda leitura,
o papa explicou a exclamação de São Paulo "Cristo, o nosso cordeiro pascal, foi imolado"
(1 Cor 5, 7). Esta frase, disse o pontífice, encerra a plena consciência da novidade
cristã. "O símbolo central da história da salvação – o cordeiro pascal – é identificado
em Jesus, chamado precisamente 'o nosso cordeiro pascal'".
A Páscoa hebraica,
continuou, previa anualmente o rito da imolação do cordeiro. Na sua paixão e morte,
Jesus revela-Se como o Cordeiro de Deus "imolado" na cruz para tirar os pecados do
mundo. Assim, Jesus levou a cumprimento a tradição da antiga Páscoa e transformou-a
na sua Páscoa.
A partir deste novo significado da festa pascal, compreende-se
também a interpretação dos "ázimos" dada por São Paulo. O Apóstolo refere-se a um
antigo costume hebraico, segundo o qual, por ocasião da Páscoa, era preciso eliminar
de casa todo e qualquer resto de pão fermentado. Por um lado, isto constituía uma
recordação do que tinha acontecido aos seus antepassados no momento da fuga do Egito:
saindo às pressas do país, levaram apenas pães não fermentados.
Mas, por outro,
os ázimos eram símbolo de purificação: eliminar o que era velho para dar espaço ao
novo. Agora, explica São Paulo, esta antiga tradição adquire um sentido novo, precisamente
a partir do novo "êxodo", que é a passagem de Jesus da morte à vida eterna.
Também
nós, seus discípulos, disse o papa, podemos e devemos ser "nova massa", "pães ázimos",
livres de qualquer resíduo do velho fermento do pecado: nada de malícia ou perversidade
no nosso coração.
"Celebremos, pois, a festa (…) com os pães ázimos da pureza
e da verdade." Citando a exortação de S. Paulo, Bento XVI pediu aos fiéis que acolham
o convite do Apóstolo, abrindo o espírito a Cristo morto e ressuscitado para que nos
renove, para que elimine do nosso coração o veneno do pecado e da morte e nele infunda
a seiva vital do Espírito Santo: a vida divina e eterna.
"O Ressuscitado precede-nos
e acompanha-nos pelas estradas do mundo. Ele é a nossa esperança, Ele é a verdadeira
paz do mundo" – concluiu o pontífice. (BF)