Hong Kong, 11 abr (RV) - Com uma mensagem pastoral para a Páscoa, definida
por ele como uma ‘carta familiar’, o Cardeal Joseph Zen diz adeus à sua diocese e
recorda os 12 anos de episcopado em Hong Kong e seu compromisso com a Igreja perseguida
na China.
A carta se inicia com um resumo sobre os trabalhos da Comissão Vaticana
para a Igreja na China: “A Igreja na China, à qual pertencemos, não teve liberdade
e foi perseguida por mais de 50 anos. E no recente encontro da Comissão, recebemos
a notícia da prisão de Dom Jia Zhiguo, de Zhengding…”.
O cardeal adianta que,
ao se aposentar, quer se ocupar ainda mais da Igreja chinesa, “que precisa de nossa
preocupação e nossos cuidados”. Depois de agradecer sacerdotes, religiosas, religiosos,
seminaristas e todos os seus fiéis, exorta todos a não terem medo, afirmando que a
última palavra não é a morte, mas a plenitude da vida, a vida eterna. Em seguida,
Dom Zen dá as boas-vindas aos catecúmenos que recebem hoje o batismo, pedindo-lhes
que se amparem, uns aos outros, como comunidade.
O Cardeal Joseph Zen, 77
anos, nasceu em Xangai. Foi ordenado sacerdote na família salesiana de Dom Bosco em
1961. Estudou em Roma, obtendo doutorado, e ensinou no seminário dos salesianos. Após
ser nomeado pelo Papa João Paulo II como bispo de Hong Kong, assumiu uma postura ousada
na luta pela liberdade e pelos direitos humanos mais básicos, e é um renomado defensor
da liberdade religiosa dos católicos da China continental. (CM)