Documento dos Bispos da CERAO em defesa do Papa e dos valores cristãos
(10/4/2009) Os Bispos da Cerao – Conferência Episcopal regional da África Ocidental
francófona -, publicaram um documento, no qual denunciam, de modo decisivo, as polémicas
sobre as palavras pronunciadas pelo Papa sobre a SIDA durante a sua viagem à África.
A
Cerao compreende as Conferências Episcopais de dez países africanos: Benin, Burkina
Fasso, Costa do Marfim, Guiné, Guiné-Bissau, Mali, Mauritânia, Níger, Senegal e Togo.
No
seu documento, os bispos africanos expressam “estupor e surpresa” perante o que definem
“manipulação e ultraje planificados” das palavras do Papa sobre a SIDA. Trata-se de
uma frase extraída do seu contexto e objecto de pronunciamentos “irreverentes e injuriosos”.
Os
bispos denunciam, de modo particular, as transmissões da Rádio France Internacional
e de outros meios de comunicação franceses, que fizeram uma “ocultação sistemática”
da mensagem de esperança, justiça e paz, lançada pelo Santo Padre durante a sua viagem
à África.
Trata-se de uma deformação da verdade, que desacredita profissionalmente
tais comunicadores, entre os quais, vez por outra, se encontram alguns africanos,
que concordam com aqueles que se enriqueceram com o despojamento dos povos africanos.
A informação transforma - se, assim, em forma de escândalo sensacionalista para atacar
a Igreja e a sua missão evangelizadora.
Os bispos francófonos da África
ocidental permanecem atónitos também diante daqueles que se dizem católicos, não
somente franceses, mas também espanhóis e europeus, que criticaram o Papa com vulgaridade,
arrogância e injúria.
Finalmente o documento dos bispos da Cerao condena
com firmeza o atentado contra a verdade, que é um dos grandes pecados do nosso mundo
pós-moderno, que provoca, cada vez mais, graves feridas na Igreja. O Papa é desprezado
como “pessoa não grata” por aqueles que pretendem eliminar os valores autenticamente
humanos da África, como as tradições que valorizam a virgindade pré-matrimonial. Destruir
a moral é um crime contra a humanidade.
Os bispos da África ocidental
concluem o seu documento manifestando o seu respeito e carinho para com o Papa, com
o qual compartilham o empenho comum em favor dos pobres, dos feridos da vida dos pequeninos.