Bruxelas, 08 abr (RV) - Reivindicando a regularização de sua situação, como
prometido Ppelo Governo belga um ano atrás, cerca de 230 imigrantes prosseguem em
greve de fome que já dura uma semana.
Os 170 homens e 60 mulheres que ocupam
a igreja de Bruxelas desde o último dia 20 de janeiro consideram que a greve de fome
é seu último recurso. Em março do ano passado receberam a garantia do Governo federal
sobre uma circular que normalizaria sua condição, mas o documento ainda não se viu.
Embora não concorde com a decisão dos imigrantes, o pároco da igreja, o holandês Pe.
Daniel Alliet, afirma que continuará a apoiá-los.
Os porta-vozes do grupo
de imigrantes recordam que sua intenção não era chegar a uma greve de fome, mas que
muitos estrangeiros estão ‘desesperados’ porque nenhuma das ações empreendidas produziu
resultados até agora.
Nos últimos meses, igrejas e universidades belgas foram
ocupadas, foram realizadas outras greves de fome, e no mês passado, cerca de mil pessoas
fizeram um protesto no centro da capital, pedindo a regularização dos sem-documentos.
De fato, a ocupação da igreja se soma a da Universidade Livre de Bruxelas
ULB (francófona), onde 280 imigrantes estão concentrados há 36 dias, e a da Universidade
Livre de Bruxelas VUB (flamenga), onde depois de 51 dias, 103 pessoas ainda resistem,
depois que 42 tiveram que ser hospitalizadas.
O Sindicato Cristão enviou uma
carta à ministra da imigração e de políticas de asilo, Annemie Turtelboom, advertindo
que em breve, será tarde demais para as pessoas da VUB. “Elas terão que viver o resto
de suas vias com seqüelas irreversíveis causadas pela greve de fome” – alerta.
Muitos
médicos que visitavam os ocupantes da ULB decidiram parar de fazê-lo, para pressionar
o Governo. (CM)