Jerusalém, 06 abr (RV) - Se nas Igrejas de todo o mundo, com o Domingo de Ramos,
entramos no clima espiritual da Páscoa, ainda mais intensos se mostram os ritos na
Terra Santa, pelo particular cenário oferecido pelos lugares que viram a passagem
de Jesus nos últimos dias de sua vida terrena.
Na tarde de ontem realizou-se
a procissão de ramos de Betfagé – passando pelo Vale do Jordão, para se concluir na
Igreja de Sant´Ana, dentro dos muros da cidade. Presentes muitos peregrinos, mas também
palestinos. O ápice da Semana Santa será naturalmente sábado próximo quando terão
início os festejamentos da Páscoa.
Mas sobre as cerimônias previstas em Gaza
durante a Semana Santa nos fala Abou Saada, professor de Teologia na Universidade
Católica de Belém...
R. “Padre Manuel Musallan – que é o pároco latino-católico
de Belém – convidou os seus fiéis a rezarem. Sabemos que em Gaza são cerca de 2.500
a 3.000 os cristãos. A maior parte pertence à Igreja ortodoxa, e gostaria de recordar
que os ortodoxos celebram a Páscoa uma semana depois de nós católicos. Certamente,
a situação em Gaza é muito, muito difícil por causa da situação político-social e
econômica. Entretanto, a autoridade israelense concedeu um pouco de vistos: trata-se
de vistos que eles dão a nós católicos para ir até Jerusalém para celebrar a Páscoa.
Mas recordo também que, como sempre, são poucos os vistos concedidos: se pedimos,
por exemplo, 1.000, nos dão 200 ou 300. O clima geral dos cristãos palestinos é muito
duro, muito preocupante. Estamos preocupados pelos acontecimentos políticos que vivemos
aqui, entre israelense e palestinos, e também o diálogo entre os mesmos palestinos
de Fatah e Hamas que não vai adiante. A tudo isso, se acrescenta a difícil situação
econômica. Ainda que se tenha aumentado um pouco as peregrinações à Terra Santa, por
causa dos últimos conflitos em Gaza, o número voltou a baixar. Além do mais, também
nós estamos sentindo a crise econômica mundial”. (SP)