PAPA ABRE RITOS DA SEMANA SANTA: O AMOR DE CRISTO VENCE A MORTE PARA SEMPRE
Cidade do Vaticano, 04 abr (RL) - O Santo Padre vai presidir amanhã, na Praça
São Pedro, às 9h30 locais, a solene celebração litúrgica do Domingo de Ramos. Bento
XVI abençoará os ramos e, ao término da procissão, celebrará a santa missa da Paixão
do Senhor.
A celebração será transmitida ao vivo, via satélite, para todo o
Brasil e demais países de língua portuguesa – cujas emissoras nos retransmitem – a
partir das 4h20 da manhã deste domingo, horário de Brasília.
O Domingo de Ramos
dá início à Semana Santa, ápice do ano litúrgico, ao qual Bento XVI dedicou profundas
reflexões em seus primeiros quatro anos de pontificado.
Na Semana Santa, podemos
realmente experimentar que o nosso Deus não é um Deus distante. O Santo Padre evidencia
essa verdade inscrita no coração de todo homem: Deus se fez carne para se fazer próximo
ao nosso sofrimento e para abrir-nos a porta do Céu. Com a Cruz, "Jesus escancarou
a porta de Deus, a porta entre Deus e os homens" – explica o papa.
No Domingo
de Ramos, "professamos a realeza de Cristo". Mas em que consiste essa realeza do Senhor?
Eis a reflexão do papa, feita no dia 1º de abril de 2007:
"Reconhecê-lo
como Rei significa: aceitá-lo como aquele que nos indica o caminho, aquele em quem
confiamos e a quem seguimos. Significa aceitar, a cada dia, a sua palavra como critério
válido para a nossa vida. Significa ver n'Ele a autoridade à qual nos submetemos.
Submetemos-nos a Ele porque a sua autoridade é a autoridade da verdade."
Em
sua entrada triunfal em Jerusalém, a multidão o aclama como filho de Davi. Mas quando
o Senhor chega ao Templo, encontra os vendilhões que ocupam, com seus negócios, o
lugar de oração. Um evento que deve interrogar-nos também hoje, ressaltou o papa no
dia 16 de março do ano passado:
"Tudo isso deve hoje fazer pensar também
nós como cristãos: a nossa fé é pura e aberta o suficiente, de modo que a partir dela
também os 'pagãos', as pessoas que hoje se encontram em busca e têm as suas perguntas,
possam intuir a luz do único Deus, associar-se à nossa oração e, com as suas perguntas,
se tornar, talvez, também eles adoradores? (...) Não deixamos, por acaso, de vários
modos, os ídolos entrarem também no mundo da nossa fé?"
Ao manter o mundo
"atento para Deus", combatendo os falsos ídolos do nosso tempo, a figura do sacerdote
se faz fundamental, disse o papa. O pontífice deteve-se sobre o ministério sacerdotal,
na homilia da missa do Crisma que, celebrada na manhã da Quinta-feira Maior, precede
o Tríduo Pascal. No dia 20 de março do ano passado, o Santo Padre traçou, com as seguintes
palavras, o modelo de sacerdote, servo de Cristo na verdade e no amor:
"O
sacerdote deve ser alguém que vela. Deve estar de guarda diante das potências insidiosas
do mal. Deve manter o mundo atento para Deus. Deve ser alguém que está de pé: firme
diante das correntes do tempo. Firme na verdade. Firme no esforço pelo bem. O estar
diante do Senhor deve ser sempre, no mais profundo, também um assumir os homens diante
do Senhor que, por sua vez, assume todos nós diante do Pai. E deve ser um assumir
Cristo, a sua palavra, a sua verdade e o seu amor." (RL)