2009-04-04 12:05:36

Minas em Moçambique, uma situação ainda preocupante


(4/4/2009) A guerra civil moçambicana terminou há mais de 17 anos, mas as minas continuam a provocar vítimas e mataram quatro pessoas em 2008, num país em que cerca de 10 milhões de metros quadrados estão minados.
Para assinalar o Dia Internacional de Luta contra as Minas, neste sábado, o Instituto Nacional de Desminagem de Moçambique (IND) alerta para "uma situação ainda preocupante", devido às minas.
"Enquanto as minas constituírem perigo para a vida de um só moçambicano e impedirem as actividades económicas, então a situação é preocupante", disse à Lusa a chefe do Departamento de Relações Internacionais do IND, Mila Massango.
Segundo Mila Massango, apesar de muito trabalho de limpeza de minas ter sido desenvolvido desde o Acordo Geral de Paz, que terminou a guerra civil de 16 anos em Moçambique, um apuramento feito em 2008 revelou que uma área equivalente a cerca de 10 milhões de metros quadrados está minada no país.
"A província de Manica, na área da fronteira com o Zimbabué, é a mais minada de Moçambique, com cerca de dois milhões de metros quadrados afectados", afirmou.
As linhas da fronteira com o Malaui e Zâmbia, no centro de Moçambique, e com a África do Sul, no sul, bem como as áreas próximas das principais linhas férreas, barragens e linhas de transmissão de energia são algumas das mais perigosas.
A gravidade da situação das minas obrigou o Governo a pedir em Novembro do ano passado a prorrogação por mais quatro anos do compromisso de limpar todo o país até finais de 2009, no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre o Banimento das Minas Anti-Pessoal, referiu a chefe do Departamento de Relações Internacionais do IND.
"Tínhamos até 2009, para declarar o país livre de minas, mas pedimos a prorrogação até 2014. Pensamos que essa moratória dá-nos tempo de resolver o problema", acrescentou a chefe do Departamento de Relações Internacionais do IND.
Apesar de a situação continuar séria, Mila Massango lembra que o país já registou uma média anual de 30 pessoas mortas por minas, contra quatro óbitos verificados no ano passado.
As minas antipessoais começaram a ser colocadas em Moçambique durante a guerra pela independência, de 1964 a 1974, especialmente no norte e centro do país, e foram espalhadas por todo o território durante a guerra civil, de 1977 a 1992.
O programa de desminagem começou em 1992, sob a direcção da ONUMOZ, Operação das Nações Unidas para Moçambique, no país durante dois anos após os acordos de paz entre a FRELIMO e a RENAMO.








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