Especialmente nos anos do seu pontificado, João Paulo II gerou para a fé muitos filhos
e filhas”: Bento XVI evocando o testemunho do seu predecessor falecido há 4 anos.
(2/4/2009) Na tarde desta quinta feira na Basílica de São Pedro Bento XVI presidiu
a uma Missa no quarto aniversário da morte de João Paulo II. Na celebração participou
um grande numero de jovens sobretudo da Diocese de Roma, em preparação do Dia Mundial
da Juventude do próximo Domingo. Começando por recordar que há precisamente quatro
anos, o seu “amado predecessor, o Servo de Deus João Paulo II, concluía a sua peregrinação
terrena, após um longo período de grande sofrimento, Bento XVI declarou celebrar esta
“Santa Eucaristia em sufrágio pela sua alma, ao mesmo tempo que damos graças ao Senhor
por no-lo tê-lo dado à Igreja, por tantos anos, como zeloso e generoso Pastor”.
Comentando
o Evangelho deste dia da Quaresma, do capítulo oitavo de São João, Bento XVI sublinhou
que Jesus pouco antes se apresentara como “luz do mundo”, usando repetidamente a expressão
“Eu sou”, que evocava em sentido forte o Nome de Deus revelado a Moisés. Aqui, “sem
meios termos, declara a sua pré-existência (e, portanto, a sua superioridade) a respeito
de Abraão, suscitando - compreensivelmente - a reacção escandalizada dos Judeus”.
“Mas
Jesus não pode silenciar a sua identidade. Ele sabe que, ao fim, será o próprio Pai
a assegurar-lhe razão, glorificando-o com a morte e a ressurreição, porque precisamente
quando será elevado na cruz se revelará como o Filho unigénito de Deus”.
Meditando
sobre esta página do Evangelho – observou ainda o Papa – uma pessoa é levada a considerar
como é, na verdade, difícil, dar testemunho a Cristo. Foi neste contexto que Bento
XVI evocou o testemunho do seu predecessor, João Paulo II, falecido há precisamente
quatro anos:
“desde jovem ele se mostrou intrépido e arrojado defensor de
Cristo: por Ele não hesitou em gastar todas as suas energias para difundir por toda
a parte a sua luz; não aceitou descer a compromissos quando se tratava de proclamar
e defender a sua Verdade; nunca se cansou de proclamar a todos e sempre, que só Jesus
é o Salvador e o verdadeiro Libertador do homem, e do homem todo”.
Aludindo
à primeira Leitura, sobre as promessas de Deus a Abraão, o Papa observou que, “também
deste ponto de vista, aparece significativa a experiência espiritual” de João Paulo
II: “olhando para a sua existência, vemos realizada a promessa de fecundidade feita
por Deus a Abraão”. “Especialmente nos anos do seu pontificado, ele gerou para a fé
muitos filhos e filhas”. Neste contexto, Bento XVI passou a dirigir-se especialmente
aos jovens de Roma, presentes em grande número nesta celebração, em vista da Jornada
da Juventude, a nível diocesano, no próximo domingo.
“Quantas vocações ao
sacerdócio e à vida consagrada, quantas jovens famílias decididas a viver o ideal
evangélico e a tender para a santidade estão ligadas ao testemunho e pregação do meu
venerado Predecessor! Quantos rapazes e raparigas se converteram, ou perseveraram
no seu caminho cristão, graças à sua oração, ao seu encorajamento, ao seu apoio e
ao seu exemplo!”
“É mesmo verdade – prosseguiu Bento XVI. João Paulo II conseguir
comunicar uma forte carga de esperança, fundamentada na fé em Jesus Cristo”.
“Como
pai afectuoso e educador atento, ele indicava pontos de referência firmes e seguros,
indispensáveis para todos, mas de modo especial para a juventude. E na hora da agonia
e da morte, esta nova geração quis manifestar-lhe que tinha compreendido os seus ensinamentos,
recolhendo-se silenciosamente em oração na Praça de São Pedro e em tantos outros lugares
do mundo. Os jovens sentiam que a sua partida constituía para eles uma perda: morria
o seu Papa, que eles consideravam como o seu pai na fé.”
A parte
final da homilia desta missa de sufrágio no quarto aniversário da morte do seu predecessor,
dedicou-a Bento XVI aos jovens, sublinhando a necessidade de assentarem toda a sua
vida cristã na fé e na esperança, pondo toda a confiança no “Deus vivo” de que fala
São Paulo a Timóteo.
“Caros jovens, não se pode viver sem esperar. A experiência
mostra que todas as coisas, e a nossa própria vida , estão em risco de ir abaixo,
de um momento para o outro, por qualquer motivo interno ou externo. É normal: tudo
o que é humano, e portanto também a esperança, não tem o seu fundamento em si mesma,
mas carece de uma rocha onde se possa ancorar. É por isso que Paulo escreve
que os cristãos estão chamados a fundamentar no Deus vivo a esperança humana.
Só em Deus (a esperança) se torna segura e fiável. Só Deus, que em Jesus nos revelou
a plenitude do seu amor, pode ser a nossa firme esperança”.