2009-04-02 10:50:49

DISTENSÃO: BAGDÁ TERÁ NOVA IGREJA


Bagdá, 02 abr (RV) - Em um gesto inesperado, o governo iraquiano estende as mãos à comunidade cristã no país: segundo declaração do patriarca vigário caldeu, Dom Shleimun Warduni, “dois dias atrás, o prefeito de Bagdá, Saber Nabet Al-Essawi, informou ao patriarca de Babilônia dos Caldeus, Cardeal Mar Emmanuel III Delly, sobre a intenção da prefeitura de doar um terreno para a construção de um novo local de culto. “Por enquanto é apenas uma promessa, mas a atitude em si é muito positiva” – ressalta Dom Warduni ao site Baghdadhope.

Dom Shlemon Warduni adianta que o terreno deve ter mais de 10 mil m2: “Antes de tudo devemos escolher o local, fazer a escritura, obter as verbas, conseguir o aval para a construção...". Em Bagdá existem hoje cerca de 35 igrejas abertas, mas não se sabe quantos cristãos. "Pode-se dizer que são a metade dos que viviam aqui antes da guerra” - acrescenta.

Para o procurador caldeu junto à Santa Sé, Padre Philip Najim, o fato que os iraquianos possam voltar a dispor de seus bens é um claro sinal de democratização do país, além de representar respeito pelas religiões, quaisquer que sejam. “Neste caso, a decisão denota que os cristãos são iraquianos a pleno título. O terreno lhes é doado não tanto como cristãos, mas como cidadãos iraquianos”.

Nos anos do regime de Saddam Hussein, os cristãos no Iraque gozavam de uma relativa liberdade, tanto que alguns desempenhavam cargos importantes, como o vice-premiê Tareq Aziz. No final da década de 90, eram mais de um milhão, espalhados em todo o país, sobretudo no norte. Com a guerra, iniciaram-se os ataques indiscriminados em especial na cidade de Mossul, de onde muitas famílias de cristãos foram obrigadas a migrar, amedrontadas por assassinatos de membros da comunidade nas ruas e em suas próprias casas. Hoje, segundo cálculos, devem somar 500 mil.
(CM)







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