A REVOLUÇÃO DE MOSCOU: PATRIARCA KIRILL E A CURIA ORTODOXA
Moscou, 02 abr (RV) – Entre as principais transformações na cúria da Igreja
Ortodoxa Russa, decididas nos dias passados, está o desmembramento do Departamento
para as Relações com o Exterior, do Patriarcado, fazendo com que este perdesse parte
de seu poder.
O patriarca ortodoxo de Moscou e de todas as Rússias, Kirill,
instituiu novos organismos, atribuindo sua chefia a homens de sua confiança: ao Metropolita
Kliment, que já era chanceler, além de um dos principais rivais de Kirill, à sucessão
de Aleksej II, foi confiado o Conselho para a Editoria.
Entre as novas nomeações
ressaltamos também a escolha de um leigo, ao qual foi confiada a chefia do Departamento
de Informação. Trata-se de Vladimir Legojda, diretor da publicação mensal "Foma",
com uma tiragem de 40 mil cópias mensais, distribuídas em todas as igrejas e bancas
de jornais de toda Federação Russa.
A chefia do Departamento para as Relações
com o Exterior – cuja direção já esteve nas mãos do atual patriarca ortodoxo de Moscou
e de todas as Rússias, Kirill – foi confiada ao Metropolita Hilaryon Alfeyev, até
agora bispo ortodoxo de Viena e um dos principais fautores da eleição de Kirill.
O
desmembramento do Departamento para as Relações com o Exterior tira poder desse setor,
fazendo com que as relações do Patriarcado com as dioceses, mosteiros e paróquias
passem à direta dependência do Patriarca Kirill. Com esse objetivo, o Sínodo criou
um Secretariado para as Relações com o Exterior, que responderá diretamente a Kirill,
enquanto ao Departamento para as Relações com o Exterior propriamente dito – lê-se
no verbal do Sínodo – ficará apenas "a direção dos encargos da diplomacia eclesiástica
das instituições que desempenham essa atividade".
O desmembramento do Departamento
para as Relações com o Exterior, decidido na reunião sinodal de 31 de março passado,
provocou também a criação de um organismo para a Cooperação entre a Igreja e a Sociedade,
confiado a direção de Pe. Vsevolod Chaplin, homem de confiança do patriarca. A ele
caberá manter contatos com o poder Executivo nos países da Federação Russa e países
bálticos. (MT-AF)