APELO DO PAPA PELA LIBERTAÇÃO DE REFÉNS NAS FILIPINAS
Manila, 31 mar (RV) - Terminou às 8 horas da manhã, hora de Roma, 3 da manhã
no Brasil, o prazo do ultimato dos militantes islâmicos de Abu Sayaff que ameaçam
decapitar os três voluntários da Cruz Vermelha Internacional. Os rebeldes pedem que
as tropas de Manila, como anunciado, se retirem da Ilha de Jolo. Os reféns da Cruz
Vermelha o suíço Andreas Notter, o italiano Eugenio Vagni e a filipina Mary Jean Lacaba
foram sequestrados no último dia 15 de janeiro.
Em um comunicado da Sala de
Imprensa Vaticana, o Santo Padre, fazendo sua a preocupação das famílias e daqueles
que se preocupam pela salvação dos três agentes humanitários, deseja elevar a sua
voz e fazer apelo a fim de que o sentido humanitário e a razão tenham domínio sobre
a violência e a intimidação. O Santo Padre, em nome de Deus, pede a libertação dos
seqüestrados e solicita às autoridades favorecer uma pacifica solução para a dramática
situação.
O líder de um grupo radical islâmico ameaçou decapitar um dos três
funcionários da organização humanitária Cruz Vermelha, sequestrados há dois meses
no sul das Filipinas, caso as forças de segurança não parem de perseguí-los. Ontem,
terça-feira, seis rebeldes muçulmanos e três soldados morreram durante a operação
do Exército para libertar os voluntários.
Outros 13 militares e um número ainda
não determinado de guerrilheiros ficaram feridos nos combates, que acontecem em uma
área remota da ilha de Jolo, segundo o porta-voz do comando de Mindanao Ocidental,
general Nelson Allaga.
"Lembrem-se, se eles continuarem com as operações e
eles se aproximarem de nós ou outro confronto for iniciado, eu decapitarei um dos
reféns da Cruz Vermelha", disse Albader Parad, líder do grupo Abu Sayyaf.
Fundado
em 1991 por ex-combatentes da guerra do Afeganistão contra a União Soviética, a organização
extremista Abu Sayyaf é ligada à Jemaah Islamiya, braço da rede terrorista Al Qaeda
no Sudeste Asiático. O Abu Sayyaf é considerado um grupo terrorista pelos governos
de Filipinas e Estados Unidos.
Em comunicado conjunto divulgado hoje, a Cruz
Vermelha e o governo das Filipinas disseram estar extremamente preocupados com a segurança
dos reféns. Eles apelaram aos sequestradores para que não façam nada que possa por
em risco a vida dos sequestrados.
O grupo exige a retirada dos militares de
suas áreas de controle em troca da libertação dos reféns. Os jornais afirmam que o
grupo pediu ainda um resgate de cerca de 1 milhão de dólares. (SP)