Cidade do Vaticano, 29 mar (RV) - Bento XVI deixou na manhã deste domingo o
Vaticano para visitar a Paróquia da Sagrada Face de Jesus, no bairro da Magliana,
oitava paróquia visitada no seu pontificado, onde celebrou a Santa Missa.
Acolhido
por uma grande multidão de fiéis, pelo vigário de Roma, Cardeal Agostino Vallini,
e pelo pároco, Padre Luigi Coluzzi, o papa saudou os fiéis dentro da igreja e se deteve
brevemente em oração numa das capelas laterais da mesma.
Antes de celebrar
a missa na Igreja, um exemplo de arquitetura sacra moderna inaugurada poucos anos
atrás, o Papa do balcão, dirigiu-se aos fiéis que se encontravam fora do edifício,
debaixo de chuva.
“Obrigado por estarem comigo neste bonito domingo, disse
o pontífice aos fiéis. Infelizmente chove, mas também o sol está chegando. Talvez
seja o sinal deste tempo pré-pascal onde sentimos as dores de Jesus e todos os problemas
do nosso mundo de hoje, cada um ao seu modo. Mas sabemos também que o sol, apesar
de muitas vezes estar escondido, existe, que Deus está próximo a nós, nos ajuda e
nos acompanha. Neste sentido queremos caminhar em direção a Páscoa – acrescentou,
referindo-se também às dificuldades econômicas que neste período muitas famílias estão
vivendo – sabendo que à nossa vida pertencem os sofrimentos e as dificuldades, mas
sabendo também que por detrás está o sol da bondade divina”.
Dentro da Igreja
se encontravam somente 250 fiéis, numa estrutura que antigamente era uma central elétrica.
O edifício, porém é de grande impacto arquitetônico: em forma de “V” para representar
um abraço. A comunidade é formada por 4.500 famílias. A paróquia da Sagrada Face é
uma das 15 – entre as 330 – que João Paulo II não conseguiu visitar durante o seu
pontificado.
Na sua homilia, o Papa voltou a falar dos atuais tempos difíceis,
marcado “por uma geral crise social e econômica”, afirmando porém, que o cristão,
mesmo tendo as suas próprias dificuldades, não pode deixar de colocar-se “ao serviço
dos irmãos”.
Tomando como referência o Evangelho deste quinto domingo de Quaresma,
o papa exortou os fiéis a “partilharem o estado de espírito de Jesus”, revivendo o
“mistério da sua crucificação, morte e ressurreição não como espectadores, mas como
protagonistas junto com Ele”.
Bento XVI recordou ainda na sua homilia a figura
de Massimiliano Kolbe, sacerdote polonês que morreu em Auschwitz oferecendo a sua
vida em troca da vida de um pai de família. (SP)