Cidade do Vaticano, 28 mar (RV) – Daqui a duas semanas, com a Sexta-feira Santa,
a Igreja viverá um dos momentos centrais do Ano Litúrgico. As meditações e comentários
da Via Sacra, presidida por Bento XVI no dia 10 de abril no Coliseu, foram confiadas,
este ano, ao arcebispo indiano de Guwahati, DomThomas Menamparampil. Um sinal
tangível de fraternidade para com os fiéis indianos, provados – especialmente no Estado
de Orissa – por violências e perseguições. A Rádio Vaticano ouviu Dom Menamparampil
que explica qual será o sentido das suas meditações...
R. Creio que devemos
meditar sobre o tema do mal no mundo, esse tema é muito importante para nós. A dor,
os diversos tipos de sofrimento, são símbolos da presença da Cruz de Jesus Cristo
na nossa vida. Devemos aceitá-la porque o sofrimento tem uma força de redenção. Vamos
sempre até a Cruz para uma inspiração, mas também quando sofremos perseguições e dificuldades
devemos dizer “Jesus está conosco” e devemos ir avante com Ele e com a sua Cruz.
Com a escolha de Dom Menamparampil, o Papa quis reafirmar a sua solidariedade
a uma Igreja que sofre. Uma atenção que é sublinhada pelo arcebispo da diocese indiana
de Nashik, Dom Felix Machado. R. “A Igreja
presente na Índia ressoará na Igreja de todo o mundo, porque as meditações sobre a
Via Sacra trarão a voz da Igreja na Índia.” P. Qual é a situação dos cristãos
em Orissa hoje?
R. “A maioria retornou às suas casas e a situação melhorou,
mas estou preocupado por aqueles que ainda continuam nos campos de refugiados. A Igreja
está se movendo muito. Por exemplo, ontem na minha diocese, que é uma diocese pobre,
uma paróquia fez uma coleta e me disse: “Nós queremos ajudar ainda esses nossos pobres
irmãos e irmãs”. Este sinal de solidariedade entre as Igrejas na Índia me dá muita
satisfação. Todos os cristãos na Índia são solidários e estão apoiando a Igreja que
sofreu em Orissa.” P. Hoje na Índia quais são os instrumentos para superar
as dificuldades do diálogo interreligioso?
R. “Os fiéis católicos seguem
o ensinamento da Igreja sobre o diálogo interreligioso, porque a Igreja deu diretrizes
muito claras nesta questão na Índia. A Igreja está muito comprometida no diálogo interreligioso;
por exemplo na minha diocese, temos ótimos relacionamentos com as comunidades de diversas
religiões. Estamos juntos quando se verifica alguma dificuldade. Por exemplo, quando
cheguei em Orissa, organizei um encontro com os fiéis de outras religiões e eles participaram
em grande número. Além do mais, é importante ensinar às pessoas a viverem em paz.”
(SP)