Pequim, 27 mar (RV) – Mais de mil monges e estudiosos budistas, entre os quais
o Panchem Lama − a segunda figura mais importante do Budismo tibetano, depois do Dalai
Lama Tenzin Gyatso – vão se reunir num fórum mundial em Wuxi, no próximo sábado, anunciou
hoje a agência de notícias oficial chinesa.
Será o segundo fórum do gênero
em três anos, e coincide com uma acesa campanha das autoridades contra o Dalai Lama,
o líder político e espiritual dos tibetanos, exilado há meio século na vizinha Índia.
O
fórum, organizado pela Associação Budista da China e pela Associação Internacional
Luz de Buda, sob o lema "Um mundo harmonioso, uma sinergia de condições", terá a duração
de cinco dias, com participantes de "cerca de 50 países e regiões", antecipou a mesma
fonte.
Para as autoridades chinesas, mais do que líder religioso, o Dalai Lama
é "um ativista político empenhado em separar o Tibete da China". Pequim afirma que
o Dalai Lama representa "o sistema feudal, despótico e teocrático" que governava outrora
o território.
As críticas de Pequim não são novas, mas acentuaram-se este mês,
quando se completam 50 anos da frustrada rebelião que levou ao exílio do Dalai Lama,
em março de 1959.
O programa do fórum em Wuxi inclui uma visita a Taipé, capital
de Taiwan, ex-Formosa, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês, depois de
o Partido Comunista ter tomado o poder na China continental, em 1949, e que Pequim
considera apenas como uma província chinesa.
Situado na cordilheira do Himalaia,
com uma área de cerca de 1,2 milhões de km2 e apenas 2,3 milhões de habitantes,
o Tibete – conhecido como "o teto do mundo" − é uma das cinco regiões autônomas da
Republica Popular da China. (AF)