BISPOS ARGENTINOS PEDEM DIÁLOGO PARA EVITAR UMA ESPIRAL DE VIOLÊNCIAS
Buenos Aires, 26 mar (RV) – Os bispos argentinos exortaram todo o povo, nesta
quarta-feira, a não alimentar o confronto aberto entre a população e o Governo, a
fim de evitar episódios de violência.
Neste momento de conflito social no país,
o Episcopado manifesta sua preocupação pelo aumento da insegurança e do clima de hostilidades
entre o Governo e o setor agropecuário.
"É preciso evitar atitudes que nos
coloquem em posições antagônicas e que provoquem divisões, gerando um clima de confronto,
propício ao desencadear-se da violência" – diz uma nota divulgada pela Conferência
Episcopal.
Os bispos pedem "diálogos sinceros e transparentes" entre o Governo
e a oposição, e advogam "a reconciliação de todos os argentinos, e a busca de consensos
que fortaleçam a paz social".
"Toda democracia passa por momentos de conflito.
E nessas situações complexas, alimentar o confronto pode parecer o caminho mais fácil.
Todavia, o modo mais sábio e oportuno de prevenir a violência e solucionar as controvérsias,
é buscar soluções através do diálogo" – exortam os bispos.
Os prelados reivindicam
políticas governamentais em favor dos excluídos, manifestando suas considerações segundo
as quais, "a ameaça de um possível aumento da pobreza, nos próximos meses, é o maior
desafio que o país terá de enfrentar, e que deverá ser respondido mediante gestões
solidárias, tanto por parte do setor público quanto do privado".
Esse apelo
ao diálogo feito pela Igreja, para evitar um clima de violência na Argentina envolveu
numa nova polêmica o Governo de Cristina Fernández, que já enfrenta a tensão do conflito
com o setor agropecuário e dos preparativos para as eleições legislativas.
"Não
nos ajudem mais" − pediu, ironicamente, à cúpula da Igreja, o ministro da Justiça,
Aníbal Fernández, depois que os bispos manifestaram a necessidade de "o caminho do
confronto não ser alimentado" em momentos de agitação social. (AF)