(25/3/2009) Ao concluir a sua primeira viagem a África, de 17 a 23 de Março, Bento
XVI quis dizer “obrigado” aos jornalistas que o acompanharam nos Camarões e Angola.
No voo que o trouxe de volta ao Vaticano, segunda feira, o Papa falou das suas
impressões desta viagem: por um lado, destacou a cordialidade quase "exuberante",
da alegria da África em festa; por outro lado, Bento XVI ficou muito impressionado
com o espírito de recolhimento nas liturgias, o forte sentido do sagrado. "Nas
liturgias, não há autorepresentação dos grupos, autoanimação, mas a presença do sagrado,
do próprio Deus. Isso impressionou-me muito", confessou. O Papa declarou-se ainda
muito comovido com a morte de duas jovens antes do encontro no estádio dos Coqueiros,
em Luanda: "Rezei e rezo por elas. Infelizmente, uma ainda não foi identificada. Esperamos
que, no futuro, as coisas possam ser organizadas de modo a que isso não volte a acontecer".
Bento XVI citou ainda outros dois eventos que ficaram na sua memória. No Centro
Cardeal Léger, em Yaoundé, “tocou-me o coração ver o mundo de múltiplos sofrimentos,
todo o sofrimento, a tristeza, a pobreza da existência humana, mas também ver como
Estado e Igreja colaboram para ajudar os sofredores. Vê-se que o homem, ajudando o
sofredor, se torna mais homem, o mundo se torna mais humano: isso permanece inscrito
na minha memória". Em seguida, citou a entrega do Instrumento de Trabalho para
o Sínodo e a preparação do evento, referindo que ficou com ideia muito rica da realidade
da Igreja na África. "Poderia dizer muito, por exemplo, da Igreja na África do Sul,
que teve uma experiência de reconciliação difícil, mas com êxito positivo, e que agora
ajuda, com a sua experiência, a tentativa de reconciliação no Burundi e tenta fazer
algo semelhante no Zimbabué, apesar das dificuldades”, apontou.