Roma, 25 mar (RV) - Um bispo, 16 sacerdotes, um religioso e dois leigos: esse
é o elenco dos missionários “mártires” de 2008, que a Igreja Católica na Itália recordou
ontem, terça-feira, no aniversário do assassinato, por parte das milícias paramilitares,
do arcebispo de San Salvador, Dom Oscar Arnulfo Romero, ocorrido no dia 24 de março
de 1980, enquanto ele celebrava a missa.
A celebração, nascida em 1993 numa
iniciativa do Movimento Juvenil Missionário das Pontifícias Obras Missionárias e depois
ampliada a outros países, teve como tema este ano “Acorrentados em Cristo, livres
de amar”, no âmbito do Ano Paulino.
Entre os mártires deste ano se encontra
o arcebispo caldeu de Mossul, no Iraque, Dom Paulos Faraj Rahho, seqüestrado na entrada
da igreja onde tinha guiado o rito da Via Sacra. Junto com ele, outras 8 vítimas no
continente asiático: 5 na Índia, 1 no Iraque, 1 no Sri Lanka, 1 no Kazaquistão, 1
nas Filipinas. Outros 6 eram originários das Américas: 2 do México, 1 da Colômbia,
1 da Venezuela, 1 do Brasil, 1 do Equador; 3 da África – Quênia, Nigéria e República
Democrática do Congo -, e 2 da Europa – Inglaterra e França.
Entre os mártires
de 2008, se recordam de modo particular o Padre Bernard Digal, da arquidiocese indiana
de Cuttack-Bhubaneshwar, o primeiro sacerdote católico que perdeu a vida durante as
violências contra os cristãos em Orissa e o sacerdote carmelita, Padre Thomas Pandippallyil,
assassinado em Andhra Pradesh quando se dirigia para celebrar a Santa Missa.
Em
recordação às vítimas, foi proposto acender uma vela vermelha na janela das casas,
além do jejum, da doação de sangue, da visita a um campo de nômades e realização de
um gesto de reconciliação em família.
“Recordar os mártires – explica o Movimento
Juvenil Missionário – é adquirir uma capacidade interior de interpretar a história
para além do simples conhecimento. Por detrás de cada missionário mártir ou seqüestrado
estão os sofrimentos constantes das comunidades, a precariedade da vida cotidiana”.
As
ofertas recolhidas no dia de ontem, durante as celebrações, serão enviadas às irmãs
Brignolinas do Estado indiano de Kerala, para financiar um projeto para as jovens
com deficiências, abandonadas por suas famílias. (SP)