BISPOS CAMARONESES: AFRICANOS ENTENDERAM BEM A MENSAGEM DO PAPA; A MÍDIA OCIDENTAL,
NÃO
Iaundê, 25 mar (RV) - Concluída, nesta segunda-feira, dia 23, a 11ª viagem
apostólica internacional de Bento XVI, é tempo de balanço, como se tem feito nestes
dias. A esse propósito, os bispos da República de Camarões – 1ª etapa dessa primeira
viagem do papa ao continente africano - publicaram um comunicado no qual retomam as
polêmicas alimentadas por alguns meios de comunicação ocidentais sobre as palavras
do pontífice acerca do uso do preservativo para prevenir a Aids, denunciando tal atitude
como um exemplo de má informação.
A mídia ocidental "ignorou aspectos essenciais"
da mensagem do papa na África sobre a pobreza, reconciliação, justiça e paz, escrevem
os bispos camaroneses que, numa nota, definem como "muito grave" a atitude de alguns
meios de comunicação.
Em particular, os prelados denunciam que a polêmica sobre
os preservativos ofuscou o drama de tantos africanos que morrem por causa de doenças,
pobreza e guerras fratricidas. O episcopado de Camarões lamenta o fato, recordando
os esforços extraordinários da Igreja africana para debelar a Aids. Um compromisso
que se concretiza nas muitas estruturas católicas que acolhem e dão assistência moral,
médica e espiritual aos doentes de Aids.
Se a mídia do Ocidente não entendeu
o alcance da viagem de Bento XVI à África, por sua vez, os camaroneses compreenderam
muito bem – ressalta o comunicado – acolheram com alegria e entusiasmo. Os fiéis africanos
sabem que o Santo Padre "coloca o homem no centro de suas preocupações e evoca o ensinamento
de Cristo".
Por fim, os bispos do país africano reiteram que a Igreja permite
a cada um que valorize a sua dignidade de filho adotivo de Deus. E recordam que, também
no tratamento dos doentes de Aids, a Igreja Católica lança um novo olhar sobre o homem
e sobre o mundo. (RL)