CHINA: UMA BANDEIRA NA ORIGEM DAS TENSÕES ENTRE MONGES E POLÍCIA
Pequim, 23 mar (RV) – O protesto dos monges budistas eclodido no fim de semana,
no noroeste da China, começou depois da prisão de um manifestante – que depois se
suicidou – que "ousara" hastear uma bandeira tibetana no lugar da chinesa. A informação
foi confirmada pelo governo tibetano no exílio em Dharamshala, Índia.
Mais
de 90 monges foram presos, em consequência das tensões surgidas na província de Qinghai,
diante da caserna da polícia de Rabgya. Os meios de comunicação chineses descreveram
o episódio como um "ataque" contra a polícia, por parte dos monges budistas, mas o
governo tibetano no exílio redarguiu que as manifestações diante da sede da polícia
haviam sido pacíficas e que não se tratara, absolutamente, de um "ataque".
Um
ano depois dos protestos, reprimidos com violência, contra a ocupação chinesa em Lhasa,
e a menos de duas semanas do 50º aniversário da revolta tibetana na região da cadeia
do Himalaia, crescem – depois do episódio destes dias – os temores de uma nova onde
de violência.
Ao que tudo indica, o fato teria nascido da ação – talvez irresponsável
– de um jovem monge, que decidiu, por protesto, hastear a bandeira tibetana no lugar
da bandeira chinesa. Ele foi preso, mas depois conseguiu escapar e se suicidou, lançando-se
nas águas de um rio.
Com a notícia de sua morte, numerosos monges e manifestantes
saíram às ruas, para gritar o próprio dissenso. O protesto terminou com a prisão de
90 monges budistas. (AFP AF)