Encontro do Papa, na tarde deste Domingo, em Luanda com a liderança dos movimentos
católicos angolanos para a promoção da mulher
(22/3/2009) Bento XVI reúne-se na tarde deste Domingo na Igreja de Santo António,
em Luanda, com a liderança dos movimentos católicos para a promoção da mulher em Angola.
Neste encontro, num momento de oração, vai rezar-se para que a mulher angolana
“seja sempre construtora da paz, promotora da solidariedade e defensora da vida”.
A oração lembra as “mães solteiras que não encontram acolhimento na família nem na
sociedade” e “todas as mulheres maltratadas, violentadas, oprimidas por tantos problemas
sociais”. O longo ciclo das guerras teve como consequência o facto de 60 a 70%
da população de Angola viver abaixo do limiar de pobreza, o que atingiu de maneira
particular as mulheres e as crianças. Apenas 40% das mulheres angolanas tem um
emprego formal, no sector público ou privado, enquanto que 60% sobrevive com trabalhos
informais e mal pagos. No documento que vai orientar os trabalhos do próximo Sínodo
para a África pode ler-se que “um grande número de Igrejas particulares considera
que a dignidade da mulher está ainda por promover, tanto na Igreja como na sociedade”.
Em particular, aponta-se o dedo a “certas crenças e práticas negativas das culturas
africanas exigem, todavia, uma vigilância particular: a feitiçaria dilacera as sociedades
rurais e urbanas e, em nome da cultura ou da tradição ancestral, a mulher torna-se
uma vitima dos preceitos em matéria de herança e dos ritos de viuvez, da mutilação
sexual, do casamento forçado, da poligamia, etc”. “A mulher continua a ser subjugada
em todas as regiões sob diversas formas: as violências domésticas, expressão do domínio
dos homens sobre as mulheres; a poligamia que desfigura o rosto sacro do matrimónio
e da família, também pela competição entre as mulheres e crianças por elas geradas;
a falta de respeito pela dignidade e os direitos das viúvas; a prostituição; a mutilação
dos órgãos genitais das mulheres”, acrescenta-se.