Luanda, 20 mar (RV) - A fim de oferecer ao papa uma recepção digna, as autoridades
de Luanda decretaram o dia de hoje feriado nacional. Peregrinos de todas as províncias
continuam a chegar a Luanda para participar da missa programada para domingo na esplanada
de Cimangola, no norte da capital, para a qual se prevê a presença de 500 mil pessoas.
Segundo o bispo de Cabinda e coordenador da comissão organizadora da visita
do Papa, Dom Filomeno Vieira Dias, as estruturas para acomodar as delegações visitantes
de países do sul da África e do interior de Angola estão asseguradas: “Com um calor
humano que se sente em todos os rincões de Angola, as condições materiais e logísticas
estão prontas para receber Sua Santidade” – afirmou.
As ruas de Luanda pelas
quais o cortejo papal passará foram remodeladas e centenas de casas repintadas para
embelezar o aspecto da capital. A Polícia Nacional angolana está preparada com um
forte dispositivo de segurança, que conta cerca de 25.000 efetivos próprios e de agentes
de empresas particulares, durante toda a visita de Bento XVI.
O núncio apostólico,
Dom Ângelo Becciu, destaca em uma entrevista concedida ao único cotidiano do país,
‘Jornal de Angola’, o bom momento das relações entre Igreja e Governo angolano: “Angola
está vivendo um período importante de sua história. Está construindo um futuro sobre
novos alicerces, fortalecida por 7 anos de paz” – destaca.
Dom Becciu adiantou
ainda que o “papa ouvirá as preocupações do Estado angolano e fará suas recomendações
para melhorar as relações bilaterais com o Vaticano”.
A primeira visita de
um papa (João Paulo II) a Angola foi em 1992, ano das primeiras eleições democráticas
no país, e em plena guerra civil, um conflito que só se concluiu em fevereiro de 2002,
depois da morte em combate de Jonas Savimbi, líder do movimento União Nacional para
a Independência Total de Angola (UNITA). (CM)