Cidade do Vaticano, 19 mar (RV) - A seguir, a pergunta do jornalista francês
da televisão France 2 e a resposta do Santo Padre, no avião que o levava a Camarões,
sobre a AIDS:
Santidade, entre os muitos males que afligem a África, está
também e, em especial, a difusão da AIDS. A posição da Igreja Católica sobre o modo
de lutar contra este mal é muitas vezes considerado não realístico e não eficaz. Este
tema será enfrentado durante a sua viagem? R. – Bom, eu diria o contrário.
Penso que a realidade mais eficiente, mais presente, mais forte na luta contra a AIDS
seja justamente a Igreja Católica, com os seus movimentos, com as suas diversas realidades.
Penso na Comunidade de Santo Egídio, que faz muito – visivelmente e também invisivelmente
– na luta contra a AIDS, nos camilianos, em todas as freiras que estão à disposição
dos doentes… Diria que não se pode superar este problema da AIDS somente com o dinheiro.
Ele é necessário, mas se não há alma que o saiba aplicar, não ajuda, não se pode superar
com a distribuição de preservativos: pelo contrário, aumentam o problema. A solução
é dúplice: a primeira, uma humanização da sexualidade, ou seja, uma renovação espiritual
e humana que traga consigo um novo modo de comportar-se um com o outro e, a segunda,
uma verdadeira amizade, sobretudo, com as pessoas sofredoras, uma disponibilidade,
também com sacrifícios, com renúncias pessoais, para estar com os sofredores. E estes
são os fatores que ajudam e que trazem consigo verdadeiros e visíveis progressos..
Por isso, diria que esta nossa dúplice força de renovar o homem interiormente, de
dar-lhe força espiritual e humana para um comportamento justo em relação ao próprio
corpo e ao do outro, e esta capacidade de sofrer com os sofredores, de permanecer
presente nas situações de prova. Parece-me a resposta justa, e a Igreja faz isso e,
assim, oferece uma grande e importante contribuição. Agradecemos a todos aqueles que
o fazem. (BF)