Johannesburgo, 18 mar (RV) – Emoção e oração acompanharam no dia de ontem,
as exéquias de Padre Lionel Sham, pároco de Mohlakeng, na África do Sul, assassinado
no último dia 7 de março, depois de ter sido seqüestrado da sua casa.
Conhecido
pela sua generosidade para com os mais necessitados, o religioso no momento da morte
tinha 66 anos. As exéquias foram presididas, na catedral de Cristo Rei, de Johannesburgo,
pelo arcebispo da cidade, Dom Buti Tlhagale.
Diante dos fiéis reunidos na catedral,
entre os quais os familiares de Padre Sham, o arcebispo apontou o dedo contra a avidez
que caracteriza a sociedade sul-africana. “Na África do Sul está crescendo uma geração
de criminosos – disse – que não respeita o valor da vida humana, que não respeita
os bens que pertencem a cada um de nós”. “Esta cultura de impunidade – continuou Dom
Tlhagale – deve acabar. Toleramos até mesmo quem seqüestra as crianças. Muitos dizem
que este é um estilo de vida sul-africano, mas cada um de nós tem o dever moral de
viver respeitando o inestimável valor da vida humana. Nós temos o dever moral e civil
de promover a importância da lei”.
Em seguida, o arcebispo de Johannesburgo
recordou a fé em Cristo de Padre Sham, a fé que, - disse ainda o prelado -, recorda
a todos que a “morte é a via para sermos assumidos no glorioso Corpo de Cristo”. Enfim,
Dom Tlhagale pediu aos fiéis que façam uma coleta, a fim de que as forças de polícia
possam adquirir um novo veículo necessário para o trabalho de “proteção da vida humana
e de luta contra o crime”. Um análogo apelo foi feito a todas as Igrejas e às comunidades,
para que se esforcem em despertar nos fiéis “a moralidade e o sentido cívico e de
criar um ambiente livre e seguro para todos”. (SP)