2009-03-17 16:43:00

Bento XVI acredita que a Igreja pode ajudar a dar resposta aos problemas crónicos do continente africano
 


(17/3/2009) A bordo do avião que o levava até os Camarões, Bento XVI defendeu esta Terça-feira, que o problema da SIDA não “pode ser resolvido” com o recurso à “distribuição de preservativos”.
Na conferência de imprensa que decorreu no voo papal, com destino a Yaoundé, o Papa assinalou que a distribuição de preservativos “agrava o problema” da difusão do HIV, propondo uma solução “espiritual e humana”. A Igreja ensina a “humanização da sexualidade” e a responsabilidade sexual, apontou.
Lembrando os muitos programas da Igreja que ajudam as vítimas da SIDA, o Papa pediu “amizade para com quem sofre”.
Na Missa do próximo dia 19, em Yaoundé, irá rezar-se pelas “populações ameaçadas por calamidades como a SIDA”, incluída numa lista que passa pelas guerras, a crise económica ou a imigração clandestina.
Para o Papa, a Igreja pode ajudar a dar resposta aos problemas crónicos do continente africano, como a pobreza, a SIDA ou o tribalismo.
Bento XVI adiantou ainda que pretende apelar à "solidariedade internacional" com África no contexto da actual crise económica, ressalvando que a Igreja não propõe soluções económicas específicas, mas pode dar sugestões "espirituais e morais".
Atribuindo a actual situação económica a um "défice de ética nas estruturas económicas", o Papa disse que é "aqui que a Igreja pode dar o seu contributo".
O Papa abordou ainda a problemática das seitas em África, frisando que as mesmas prometem prosperidade, mas não resolvem os problemas. Por isso, assinalou, os africanos sentem-se mais atraídos pelo Cristianismo, que apresenta um Deus que é homem, que sofre com os seres humanos e está mais próximo deles.
A consciência de pertencer a uma grande família católica, por outro lado, ajuda a superar o tribalismo no Continente, disse o Papa.
Para Bento XVI, África não tem só problemas, mas apresenta muitos sinais de esperança, como reformas políticas e novos esforços contra a corrupção.
Quanto à relação com os muçulmanos, o Papa considera que a situação é, de forma geral, satisfatória, apesar dos problemas que ocasionalmente possam surgir. “O respeito mútuo está a crescer, bem como a cooperação e a responsabilidade ética comum”, observou.
Bento XVI respondeu a seis perguntas dos jornalistas que o acompanham nesta viagem de sete dias, com escalas em Yaoundé (Camarões) e Luanda. A pergunta inicial dizia respeito ao que alguns jornais classificaram como “solidão” do Papa a respeito da recente polémica da remissão da excomunhão a quatro bispos da Fraternidade São Pio X.
“Tenho de me rir um bocado a respeito deste mito da minha solidão. Não me sinto só, de forma nenhuma. Estou verdadeiramente rodeado por amigos, colaboradores próximos, bispos e leigos”, disse.








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