Bento XVI a caminho da África, na sua primeira viagem apostólica a este continente,
com etapas nos Camarões e Angola
(17/3/2009) Bento XVI partiu nesta terça feira para a África numa viagem com duas
etapas, Camarões e Angola, com uma dupla finalidade: levar uma mensagem de paz e empenho
dos católicos para a reconciliação e a justiça e ao mesmo tempo - como explicou o
director da Sala de imprensa da Santa Sé chamar a atenção internacional sobre o continente. Terra
invisível nos jornais, com as chagas das guerras e doenças como a SIDA, esquecida
nas suas tragédias pelos poderosos da terra que porém exploram as suas riquezas naturais,
a África corre agora o serio perigo de sucumbir sob o peso da crise económica global. O
Papa partiu com um ligeiro atraso, cerca das 10h20, hora de Roma. Nos Camarões ultimam-se
os preparativos finais para acolher Bento XVI, numa dinâmica que envolve a própria
comunidade muçulmana no país, com cujos representantes se irá encontrar o chefe da
Igreja Católica. No tradicional telegrama que o Papa envia ao Presidente da Itália,
ao partir em viagem, Bento XVI fala do "vivo desejo de encontrar os irmãos na fé e
os habitantes" de Angola e Camarões. O avião que transporta o Papa deve aterrar
no aeroporto Internacional Nsimalen, de Yaoundé, cerca das 16h00 locais , onde o Papa
fará o seu primeiro discurso, o único desta Terça-feira. Amanhã, Bento XVI celebrará
uma missa privada na Capela da Nunciatura Apostólica de Yaoundé. Em seguida encontrar-se-á
com o Presidente da República dos Camarões, Paul Biya, no Palácio da Unidade, e terá
ainda um encontro com os Bispos do país. Esta é a primeira viagem de Bento XI á
África e a primeira a ter etapas em países diferentes. Camarões e Angola foram escolhidos
pelo seu valor simbólico neste ano de realização da 2ª assembleia especial do sínodo
dos bispos para a África . Camarões é um país onde convivem mais de 250 etnias, com
uma população dividida entre católicos, muçulmanos, protestantes e animistas, fala
francês e inglês. Angola fala português e foi a primeira terra da África austral
que viu chegar missionários católicos há 500 anos. Ambos são espelho das tragédias
e das potencialidades do continente por um lado e por outro dos desafios que a Igreja
Católica tem pela sua frente. Em Yaoundé, a capital dos Camarões o Papa encontrará
os representantes das outras igrejas cristãs, os muçulmanos e também os doentes. Sempre
em Yaoundé, no dia 19 de Março, durante uma missa no estádio da cidade, Bento XVI
abrirá idealmente o Sínodo africano que se efectuará no próximo Outono no Vaticano
– entregando aos bispos o documento com os temas da assembleia. No dia 20 o Papa
atravessa o Equador aterrando em Luanda, a capital de um país em reconstrução. A Igreja,
uma das poucas vozes com autoridade e independentes do país, pede que esta reconstrução
se verifique com justiça e equidade social. Em Luanda o Papa falar+a aos jovens e
ás mulheres, as “mamãs” africanas, figuras chaves da sociedade inteira. Domingo dia
22 celebrará Missa na esplanada da Cimangola tendo como pano de fundo o Oceano, uma
esplanada que pode conter centenas de milhares de pessoas. O regresso a Roma está
previsto na tarde de segunda feira.