2009-03-14 15:51:28

Bento XVI em Angola de 20 a 23 de Março: uma visita pastoral a indicar respostas a desafios concretos
 
 


(14/3/2009) Em finais de Outubro de 2008, na conclusão do Sínodo dos Bispos, Bento XVI anunciou que iria visitar Angola e os Camarões, no âmbito da preparação da II Assembleia Especial do Sínodo para a África, que decorrerá em Roma em Outubro de 2009, e, no caso de Angola, “para ali celebrar solenemente o 500.º aniversário da evangelização deste país". O mesmo motivo levara João Paulo II a este país, em 1992.
A partida rumo a Angola acontece no dia 20, com chegada ao Aeroporto internacional 4 de Fevereiro, de Luanda. Logo nesse dia, Bento XVI encontra-se com o presidente José Eduardo dos Santos, com autoridades civis e políticas, com o corpo diplomático e com os Bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé.
No Sábado, 21, o programa do Papa inclui uma Missa na Igreja de São Paulo e um encontro com os jovens, mais tare, no Estádio dos Coqueiros.
No Domingo tem lugar uma Missa na esplanada de Cimangola e à tarde um encontro com os movimentos católicos responsáveis pela promoção da mulher.
A viagem, que em Angola assinala os 500 anos de evangelização deste país lusófono, conclui-se Segunda-feira, 23 de Março, com uma cerimónia de despedida no aeroporto de Luanda.
O lema da visita papal será "Bento XVI abençoa a Nossa Terra". A Conferência Episcopal de Angola e São Tome (CEAST) quer que a vertente pastoral dos preparativos acentue os aspectos espirituais e doutrinais da visita do Papa.
A comissão central organizadora da visita de Bento XVI a Angola tem procurado reunir apoios para uma recepção condigna ao Papa. A comissão central organizadora da visita do Papa é coordenada pelo bispo de Cabinda, D. Filomeno Vieira Dias.
A directora do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), Fátima Viegas, disse em Luanda que, junto da CEAST, tem dado o seu contributo para a recepção a Bento XVI.
Viagem pastoral
O Arcebispo de Luanda, D. Damião Franklin, refere à Ecclesia que a visita do Papa a um país é sempre “uma alegria e também um compromisso”, um privilégio.
“Angola exultou pelo facto de o Santo Padre ter escolhido o seu país para a primeira visita a África”, desde a Igreja aos órgãos de soberania, indica.
O presidente da Conferência Episcopal, afirma que para a Igreja o mais importante é a “preparação espiritual”, para que tudo não se reduza a “folclore”, promovendo “uma vida cristã autêntica”, em todos os sentidos.
Foram feitos alguns documentos distribuídos pelas comunidades, relativos ao Papa e ao significado da visita, qual a sua missão e o significado da sua pessoa. A própria Conferência Episcopal e as Dioceses escreveram várias mensagens sobre esta viagem de Bento XVI.
A nível logístico, D. Damião Franklin sublinha que governo e Igreja têm comissões nomeadas para o efeito, com preocupações relativas às celebrações, ao acolhimento de quem chega de outras Dioceses, à comunicação social e “tudo o mais que sabemos que faz parte de uma visita papal, que esperemos tenha um bom êxito”.
“Para nós, Igreja, a visita é pastoral”, sublinha.
O Arcebispo de Luanda diz, com simplicidade, esperar que o Papa fale “sobre o Evangelho, sobre Jesus Cristo, com desafios concretos”, a partir daquilo que a Igreja ensina como “mãe e mestra”.
1992 - João Paulo II
Em Junho de 1992, João Paulo II viajou até Angola, celebrando os começos da evangelização do país, há cinco séculos atrás. Na Catedral de MBanza-Congo, num momento carregado de simbolismo, afirmou que “Angola tem quinhentos anos de encontro de culturas, situação que a maioria dos povos de África não conhece. Isso faz de vosso país um povo distinto, que não se pode incluir simplesmente numa determinada corrente que arrasta os países da África Austral”.
“Aqui, os colonizadores, apesar de tudo, conviveram com os povos que encontraram. Daí a diferença específica que distingue o povo angolano”, constatou. O falecido Papa polaco confessou “uma emoção particular, como Pastor da Igreja universal, ao pisar estas terras de Mbanza-Congo. É que aqui o cristianismo tem uma história cinco vezes centenária, uma tradição que mergulha nas sombras do passado e gestas que espantam pela audácia”.
“O trabalho dos primeiros missionários ao estender até a estas paragens a chama da Fé foi uma epopeia de sacrifícios e consolações, de luzes e sombras, de angústias e esperanças: foi assim o início e desse jeito sobreviveu o cristianismo por cinco séculos nestas paragens”, disse. João Paulo II acrescentou que “as provações por que a Igreja em Angola tem passado durante estes últimos trinta anos marcados pela guerra da independência, seguida da guerra civil, certamente teriam causado o desaparecimento de grande parte das comunidades cristãs, se não tivesse havido catequistas, conscientes e responsáveis, à altura das circunstâncias”.








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