2009-03-12 16:08:54

A Igreja católica em África no inicio de 2009. Alguns dados e considerações sobre o seu crescimento e desafios.


(12/3/2009) O aumento do numero de católicos africanos. Segundo dados de 2007 do Gabinete Central de Estatística da Igreja, os católicos aumentam no mundo, em particular na Oceânia e África. Entre 2000 e 2007, no continente africano, os sacerdotes aumentaram de 27,6%, aumentou também o numero de diáconos e o numero de candidatos ao sacerdócio. São dados que confirmam uma tendência em acto desde há vários anos. Os católicos africanos aumentaram nos últimos anos de 3,1% ( uma percentagem mais alta do que o aumento da população: 2,5%)
Antes de 2050, três nações africanas estarão na lista dos primeiros 10 paises católicos maiores do mundo: a Republica Democrática do Congo ( 97 milhões de católicos), Uganda ( 56 milhões) e a Nigéria ( 47 milhões).
A area sub-sahariana. A evangelização na região sub-shariana, no ultimo século, é um verdadeiro sucesso do Anuncio. De uma população católica de 1,9 milhões em 1900 passou-se em finais de 2000 para 139 milhões ( tendo em conta a taxa de crescimento: 6,7%)Recorde-se além disso que nos últimos anos, quase metade dos baptismos de adultos a nível mundial verificaram-se em África. O crescimento do catolicismo em África explica-se portanto por motivos demográficos e pelos próprios sucessos da evangelização.
O mesmo se pode dizer no caso das vocações para a vida religiosa.
Em poucas palavras a África perfila-se como uma grande esperança para a difusão inculturação do Evangelho.
Os desafios. Deve salientar-se porém que a evangelização encontra em terras africanas obstáculos enormes, muitas vezes ligados aos antigos e crónicos males que atormentam estes povos ( actualmente quase um bilião de pessoas), mas também aos novos e emergentes flagelos que parecem não dar trégua aos africanos. São males e flagelos que insidiam fortemente as melhores, mais nobres e mais características realidades, valores e tradição do continente: a família, o sentido de comunidade e do tecido social, a solidariedade e o espírito de partilha, o respeito pelos idosos e pelas crianças, o papel da mulher e da maternidade, bem como as tradições culturais e a própria visão antropológica do “ser africano”.
Ecclesia in Africa. Trata-se de desafios que em relação ás afirmações dos padres sinodais africanos no primeiro sínodo ( 1994) e que depois João Paulo II expos na sua Exortação “Ecclesia in África ( 1995) não mudaram sempre para melhor. Pelo contrário, nalguns casos pioraram gravemente, como por exemplo, o aumento da pobreza material com as suas sequelas deletérias para a manutenção do tecido social, politico, religioso e cultural.
Segundo a Banca Mundial, enquanto que no período 1981 – 2005 a Ásia reduziu drasticamente a percentagem dos seus habitantes que vivem na pobreza, passando de 80 para 20%, na África não se registou nenhum melhoramento: os pobres ( um dólar por dia) aumentaram no mesmo período, passando de 200 para 400 milhões.







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