Cidade do Vaticano, 09 mar (RV) - O Papa Bento XVI realizou nesta segunda-feira
uma visita ao Capitólio, sede da prefeitura da cidade de Roma, a convite do prefeito,
Gianni Alemanno.
Roma, recordou o pontífice, sempre foi uma cidade acolhedora.
Esta cidade, assim como o resto da Itália e toda a humanidade, deve enfrentar hoje
desafios culturais, sociais e econômicos inéditos, devido às profundas transformações
e das inúmeras mudanças que ocorreram nas últimas décadas.
Analisando os tempos
atuais, Bento XVI disse: "Roma foi habitada por pessoas que provêm de outras nações
e pertencentes a culturas e tradições religiosas diferentes, e, como conseqüência,
se tornou uma metrópole multiétnica e multirreligiosa, na qual, às vezes, a integração
é difícil e complexa".
Por sua vez, a comunidade católica, garantiu o papa,
nunca deixará de contribuir para encontrar modalidades sempre mais aptas para a tutela
dos direitos fundamentais da pessoa, no respeito da legalidade. Regressando às raízes
da sua história plasmada pelo Direito antigo e pela fé cristã, Roma saberá encontrar
a força para exigir de todos o respeito das regras da convivência civil e refutar
qualquer forma de intolerância e discriminação.
O papa também expressou o
desejo de que "Roma continue a ser um farol de vida, de liberdade, de civilidade moral
e de desenvolvimento".
Para o pontífice, os episódios de violência registrados
na capital manifestam um mal-estar mais profundo: "São sinal de uma verdadeira pobreza
espiritual que aflige o coração do homem contemporâneo. A eliminação de Deus e da
sua lei como condição para a realização da felicidade do homem alcançou o objetivo
contrário, pois privou o homem das certezas espirituais e da esperança necessária
para enfrentar as dificuldades e os desafios cotidianos".
Como bispo desta
cidade, disse o papa, não posso esquecer que também em Roma está crescendo o número
das pessoas que, perdendo o emprego, acabam se encontrando em condições precárias
e, às vezes, não conseguem manter os compromissos assumidos, como por exemplo, a compra
ou o aluguel da casa. Diante da atual crise econômica, afirmou, é necessário um esforço
concorde entre as diversas instituições para ir ao encontro de quem vive na pobreza.
No final do discurso pronunciado na sede da prefeitura, o papa se encontrou
brevemente com o rabino-chefe da Comunidade hebraica de Roma, Riccardo Di Segni, e,
em seguida, se dirigiu às habitantes da cidade, que o aguardavam desde cedo na praça
do Capitólio.
A eles, Bento XVI falou da beleza da cidade: "Roma é bela pelos
vestígios de antiguidade, pelas suas instituições culturais e pelos monumentos que
narram sua história, por suas igrejas e pelas inúmeras obras-primas. Mas Roma é bela,
sobretudo, pela generosidade e a santidade de muitos de seus filhos, que deixaram
rastros eloquentes de sua paixão pela beleza de Deus, a beleza do amor que não morre
nem envelhece".
Em seguida, Bento XVI visitou o Mosteiro de "Santa Francesca
Romana", em Tor de' Specchi. A última visita de um pontífice à prefeitura romana ocorreu
há 11 anos, quando o Papa João Paulo II foi convidado pelo então prefeito, Francesco
Rutelli. (BF)