(6/3/2009) O arcebispo Silvano Tomasi manifestou preocupação com a dificuldade que
os refugiados encontram para receber protecção e proceder ao pedido de asilo político
segundo os parâmetros internacionais. O observador permanente da Santa Sé na sede
da ONU, em Genebra, Suíça, discursou na passada terça feira durante o 44º encontro
do Comité do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Na
sua intervenção, D. Tomasi mencionou a situação na Europa, onde, por exemplo, “cada
país adopta uma política migratória diferente, mas nem todos respeitam as normas de
protecção para os refugiados internacionais”. Citando alguns dados, D. Tomasi
lembrou que apenas em 2008, cerca de mil e 500 pessoas morreram tentando entrar na
Europa. “As políticas nacional e internacional precisam de uma sólida base nos Direitos
Humanos, porque o direito à vida está em primeiro lugar”. Mas, apontou o Observador
da Santa Sé, o continente europeu é apenas um exemplo onde as barreiras físicas, burocráticas,
legislativas e políticas se multiplicam para os refugiados. “60 anos depois da
adopção da Declaração dos Direitos Humanos e 57 anos depois da Convenção sobre os
Refugiados, a comunidade internacional não pode abandonar o seu compromisso de receber
e proteger quem corre risco de morte”. D. Tomasi pediu especial atenção para o
número crescente de menores desacompanhados que pedem asilo, “pois demonstram a situação
de desespero de suas famílias e porque, muitas vezes, acabam em ambíguos sistemas
de detenção”. O Arcebispo recordou ainda a responsabilidade de cada cidadão “em
responder de modo generoso e humanitário às causas que obrigam milhares de pessoas
a abandonar seus países.