DOM FISICHELLA: A FÉ NÃO TEME PASSAR PELO CRIVO DA RAZÃO
Roma, 05 mar (RV) - O presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom
Rino Fisichella, participando, na Pontifícia Universidade Regina Apostolorum, em Roma,
do encontro que celebra os dez anos da encíclica Fides et Ratio (Fé e Razão)
de João Paulo II, afirmou que "se o cristianismo se colocasse no horizonte da escolha
alternativa obrigatória, acabaria seguindo os diversos fundamentalismos e destruiria
a si mesmo".
Detendo-se sobre a "universalidade" do cristianismo, o prelado
precisou que "um cristão não pertence a uma seita, mas a uma comunidade de pessoas
que na liberdade aceitaram uma bela notícia que mudou a sua vida. Por esse motivo,
a fé não tem medo de ser submetida ao juízo da razão; pelo contrário, de certo modo,
a fé exige isso" – observou Dom Fisichella.
O prelado – que também é reitor
da Pontifícia Universidade Lateranense - acrescentou que a fé exige ser passada pelo
crivo da razão não para dar certeza a seus conteúdos, mas para permitir que o ato
de fé possa expressar a plena liberdade de quem descobriu a verdade.
De fato,
para o também bispo auxiliar da Diocese de Roma, "o fiel deve mostrar a racionalidade
do próprio ato, a verdade e não-contradição dos conteúdos de sua fé". (RL)