Bispos portugueses pedem paz para a Guiné - Bissau
(3/3/2009) O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga,
disse em Fátima que a Guiné-Bissau “já sofreu demasiado” e “merece ter a paz para
poder proporcionar condições de dignidade para todos”. O Arcebispo de Braga comentava
os atentados que vitimaram o Presidente guineense, João Bernardo "Nino" Vieira, e
o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general Tagmé
Na Waié. “Estou e estamos preocupados com estes acontecimentos, uma vez que a
Guiné tem sido um território que ainda não encontrou um contexto para uma autêntica
e verdadeira Paz”, disse D. Jorge Ortiga, à margem da reunião do Conselho Permanente
da CEP. Para este responsável, os últimos acontecimento são “fruto e consequência
de variadíssimos antagonismos”, acrescentando que os guineenses são "um povo que está
a sofrer e a Igreja portuguesa sofre também com aquele povo”. “Manifestamos comunhão
e a nossa solidariedade com a Igreja que está na Guiné”, afirmou ainda D. Jorge Ortiga,
que expressou o desejo de que este momento seja “para reencontrar a Paz”. Crise Mil pessoas são esperadas no simpósio sobre a crise económica e social que a Conferência
Episcopal Portuguesa vai realizar a 15 de Maio, revelou por seu lado o secretário
da instituição, padre Manuel Morujão. No final da reunião do Conselho Permanente
que se realizou esta Segunda-feira, o sacerdote explicou que o simpósio tem como tema
“O desafio de servir da Igreja hoje”, estando aberto a todos os “quadrantes políticos
e sociais”. “Não é propriamente para a Igreja, de portas fechadas, mas para toda
a sociedade”, declarou o responsável, acrescentando que “todos serão bem-vindos, dos
vários quadrantes políticos e sociais”. Para o padre Manuel Morujão, “a Igreja
também tem uma palavra" sobre a crise "e pistas de solução”. A data escolhida
antecede a comemoração do cinquentenário do monumento a Cristo-Rei, em Almada. Ainda
em Fátima, a CEP preparou uma nota sobre a canonização do Beato Nuno Álvares Pereira,
marcada pelo Papa para o dia 26 de Abril. O Pe. Manuel Morujão sublinha que "para
além de vencer, soube vencer-se a si mesmo, a sua importância, os seus títulos e pôr-se
ao serviço dos pobres". "Foi alguém riquíssimo que soube ser solidário", acrescentou,
revelando que o futuro santo português é um modelo para os nossos dias, em particular
num momento "em que nos debatemos com uma crise". Os Bispos portugueses encontram-se
desde esta Segunda-feira em Fátima, para o seu Retiro Espiritual anual. Estes são
dias de recolhimento, reflexão e oração, que diferem das assembleias plenárias, dedicadas
à discussão dos temas mais importantes da vida da Igreja. O retiro é orientado,
este ano, pelo Pe. Germán Arana, jesuíta espanhol, e prolonga-se até à próxima Sexta-feira.