Colombo, 02 mar (RV) – Diante da forte oposição dos cristãos no Sri Lanka,
o Parlamento de Colombo decidiu adiar o debate sobre a controversa lei anticonversão
apresentada por um partido de monges budistas. A comissão parlamentar encarregada
de examinar o texto, reconheceu que a sua promulgação poderia ter graves conseqüências
para a paz religiosa no país encontrando perfis de inconstitucionalidade em alguns
pontos do procedimento.
“Devemos a todo custo evitar um conflito entre cristãos
e budistas”, declarou um dos membros da comissão, o deputado católico Joseph Michael
Perera. Por sua vez, o ministro para as Relações Religiosas Pandu Bandaranayake, confirmou
que os cristãos pediram esclarecimento sobre os pontos mais controvertidos da lei
e propuseram algumas emendas que estão sendo examinadas por uma comissão consultiva
do Ministério.
Uma escolha contestada pelo monge budista Athureliya Rathana
Thero, líder do partido extremista budista “Jathika Hela Urumaya” (JHU, Herança Pura
Nacional Cingalesa), responsável pelo projeto apresentado várias vezes desde 2004
e regularmente rejeitado pelos tribunais, porque em contraste com a liberdade religiosa
sancionada pela Constituição.
Os maiores temores dos cristãos referem-se às
atividades caritativas e humanitárias, porque poderiam ser interpretadas como proselitismo.
Neste sentido se expressou, entre outros, o secretário geral da Conferência Episcopal
do Sri Lanka, Dom Norbert Andradi, que junto com o episcopado e com líderes de outras
confissões cristãs, denunciaram o caráter potencialmente liberticida da lei, ou seja
que atenta contra ou destrói as liberdades do país. (SP)