MOSTRA EXPÕE DESTRUIÇÃO DE PATRIMÔNIO RELIGIOSO NA GUERRA CIVIL ESPANHOLA
Barcelona, 27 fev (RV) - Foi aberta ontem no Museu Diocesano de Barcelona uma
exposição que ilustra a destruição do patrimônio cultural religioso e das Igrejas
no período da Guerra Civil espanhola. Segundo o responsável do centro, Josep Maria
Martí Bonet, o evento é um convite à reconciliação.
“A reconciliação é um
anseio, uma necessidade. Não podemos manter feridas abertas e sangrentas, setenta
anos depois” – disse o diretor, na apresentação. A mostra é o resultado de pesquisas
levadas a cabo pela equipe de Bonet nos últimos três anos, e que serão publicadas
num livro que ele define como um ‘martirológio das obras de arte’.
A exposição
e o livro se baseiam num trabalho realizado após a Guerra Civil em grande parte das
dioceses da Espanha, onde foram recolhidas informações sobre a situação das igrejas,
do arquivo e das obras de arte antes, durante e depois do conflito. Entre as peças
exibidas na mostra, têm destaque os fragmentos do manto do abade Biure de Sant Cugat
(século XIV). A capa, que se imaginava destruída em um incêndio, foi encontrada em
um museu dos EUA e restituída à Espanha em 1950.
Outra peça antiga exposta
é a máquina de escrever com a qual o então cardeal primaz da Espanha, Isidro Gomá
Tomás, redigiu a carta pastoral definindo a Guerra Civil uma ‘cruzada’. No final do
conflito, com a mesma máquina, escreveu outra carta, exortando à reconciliação, mas
este documento foi proibido pelo ditador Francisco Franco. (CM)