Cidade da Guatemala, 25 fev (RV) - Os 500 mil habitantes de 33 municípios do
oeste da Guatemala protestaram ontem contra a possível concessão de licenças para
a exploração de minas em suas comunidades, alegando que elas constituem uma ameaça
à integridade de seus territórios.
Em comunicado, o denominado Conselho dos
Povos do Ocidente, que reúne as comunidades da região, afirma que seus milhares de
habitantes rechaçam a hipótese de novas concessões. A proposta inclui privilégios
tributários às empresas estrangeiras e exclui qualquer consulta popular. O bispo
da Diocese de São Marcos, Dom Álvaro Ramazzini, está ao lado dos mineiros. Numa coletiva
à imprensa, ontem, ele rechaçou a exploração minerária na Guatemala, o que segundo
ele, também encontra a oposição de 13 comunidades de seu departamento.
Dom
Ramazzini disse que o parecer favorável à proposta de lei, avançado sem o consenso
das comunidades, o incomoda e preocupa. “O que mais me alarma e me indigna é o elevado
índice de desnutrição infantil destes povos (59%), porque temos um modelo econômico
excludente e gerador de mais pobreza” – ressaltou Dom Ramazzini.
O Conselho
dos Povos do Ocidente afirma em sua nota que estas propostas lesam os interesses dos
maias e deixa mais vulneráveis os direitos humanos fundamentais. (CM)