2009-02-20 15:46:06

Defender o progresso científico, mas sem auto.impor como deus: advertiu o presidente da Academia Pontifícia para a Vida na abertura do Congresso sobre eugenética, no Vaticano


Há que defender sempre o progresso científico ao serviço do bem. Mas o homem tem que pôr de lado a tentação de querer-se substituir a Deus: sublinhou o arcebispo D. Rino Fisichella, intervindo na abertura do Congresso que decorre a partir desta sexta-feira, no Vaticano, sobre “As novas fronteiras da genética e o risco de eugenética”, promovida pela Academia Pontifícia para a Vida. Os congressistas serão recebidos neste sábado pelo Papa.

“Todas as conquistas científicas comportam inevitavelmente o olhar do Janus bifronte, que mostra a beleza e ao mesmo tempo a tragicidade” – anotou o presidente da Academia Pontifícia para a Vida, que advertiu para o facto de, hoje em dia, existir efectivamente “o risco de uma deriva eugenética”, sobretudo em razão de “uma mentalidade que tende a difundir-se, lenta mas inexoravelmente”.

Evitando uma visão reducionista do ser humano, há que “ter sempre presente a concepção unitária da pessoa; o corpo, embora sendo uma componente essencial, não esgota a globalidade da pessoa”.
Sem dúvida que a Igreja sempre defenderá a Ciência, “na sua legítima aspiração a indagar o imenso mistério da criação” e a desenvolver tecnologias que consintam viver “cada vez melhor num ambiente ao serviço do homem e à medida do homem” – assegurou D. Rino Fisichella. Contudo, acrescentou, “a doença, a dor, o sofrimento e a morte, permanecem com todo o seu peso de interrogações a que é necessário dar respostas carregadas de sentido”.

É por isso que “nem tudo o que é cientificamente e tecnicamente possível é de per si lícito”. E não pode ser unicamente o cientista a traçar o confim entre liceidade ou não liceidade da sua experimentação: impõe-se o confronto com outras ciências a que toca a competência de verificar o limite e a exigência ética objecta subjacente”.

A concluir, D. Rino Fisichella defendeu o princípio fundamental da inviolabilidade da pessoa, fruto de um dom gratuito de Deus: “O homem é devedor da sua vida. Ele saiu das mãos do Criador e a sua plena realização só se poderá concretizar com a condição de que ele se sinta a si próprio e construa a própria existência pessoal e social sem nunca querer substituir-se a Deus”.









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