CAMARÕES E ANGOLA AGUARDAM, COM GRANDE EXPECTATIVA, VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA
Cidade do Vaticano, 17 fev (RV) - Na intenção de oração missionária para este
mês de fevereiro, o Santo Padre pede para que a Igreja na África encontre caminhos
e meios adequados para promover – de modo eficaz – a reconciliação, a justiça e a
paz, segundo as indicações da II Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos.
O papa ressalta ainda a importância desse evento para toda a Igreja. O evento será
precedido pela primeira viagem apostólica de Bento XVI ao continente africano, que
terá início exatamente daqui a um mês.
A II Assembléia Especial para a África
do Sínodo dos Bispos, que terá lugar, no Vaticano, de 4 a 25 de outubro próximo, terá
como tema "A Igreja na África a serviço da reconciliação, da justiça e da paz". "Vós
sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo" (Mt 5, 13.14).
De fato, o encontro
será precedido pela viagem apostólica do pontífice à República de Camarões e Angola,
de 17 a 23 de março. Trata-se de um evento aguardado com grande expectativa pelos
fiéis de ambos os países. O evento não dirá respeito somente às Igrejas em Camarões
e Angola, mas terá uma dimensão continental.
No dia 19 de março, em Iaundê
– capital camaronesa – uma celebração eucarística ratificará a publicação do Instrumentum
Laboris (Instrumento de Trabalho) da Assembléia sinodal para a África.
Sempre
presente no coração do papa, em muitas ocasiões, desde o início de seu pontificado,
Bento XVI dedicou apelos e reflexões ao continente africano. Num encontro com o clero
romano, no dia 13 de maio de 2005 – a menos de um mês de sua eleição à Cátedra de
Pedro – o papa Ratzinger se deteve sobre a extraordinária riqueza humana e espiritual
da África, sem deixar de ressaltar as responsabilidades da Europa:
"A África
é um continente de grandes possibilidades, de grande generosidade por parte do povo,
com uma fé viva impressionante. Mas devemos confessar que a Europa exportou não somente
a fé em Cristo, mas também todos os vícios do Velho Continente. Exportou o sentido
da corrupção, exportou a violência que agora está devastando a África. E devemos reconhecer
a nossa responsabilidade em fazer de modo que a exportação da fé, que responde à íntima
expectativa de todo homem, seja mais forte do que a exportação dos vícios da Europa."
E
ainda nos primeiros meses de pontificado, no Angelus de 3 de julho de 2005, Bento
XVI aproveitou a ocasião do então iminente G-8 da Escócia para exortar a comunidade
internacional a não esquecer as populações africanas, atingidas pela pobreza e por
conflitos:
"De coração, desejo sucesso a essa importante reunião, fazendo
votos de que ela leve a partilhar solidariamente os custos da redução da dívida externa,
a adotar medidas concretas para a erradicação da pobreza, e a promover um autêntico
desenvolvimento da África."
Foram apelos renovados com força em outras
ocasiões, em particular, nos discursos ao Corpo diplomático, nas audiências aos prelados
africanos em visita 'ad Limina', e nas mensagens para o Dia Mundial da Paz.
De
fato, na mensagem para o dia 1º de janeiro deste ano, com o mundo preocupado com uma
crise econômica global, o Santo Padre lançou um apelo a fim de que os países ricos
não se fechem no egoísmo, mas permitam a todos os países africanos que tenham "as
mesmas possibilidades de acesso ao mercado mundial, evitando exclusões e marginalizações".
(RL)