2009-02-14 13:44:13

O Estado do Vaticano assegura ao Papa liberdade em relação a todos os poderes humanos, permitindo-lhe desempenhar plenamente o mandato de Cristo: Bento XVI aos participantes no Congresso sobre os 80 anos da respectiva criação


(14/2/2009) Apesar de inerme e aparentemente irrelevante, o Estado do Vaticano, para além de garantir a independência da Santa Sé, foi e continua a ser “centro de irradiação de uma constante acção a favor da solidariedade e do bem comum”. Palavras do Papa, dirigindo-se, neste sábado, aos participantes do congresso promovido no octogésimo aniversário do Estado da Cidade do Vaticano, tendo como título “Um pequeno território para uma grande missão”. O Papa congratulou-se com esta oportunidade de reflectir – disse – “sobre o valor espiritual e civil que reveste este pequeno Estado soberano, colocado inteiramente ao serviço da grande missão confiada por Jesus Cristo ao apóstolo Pedro e aos seus Sucessores”.
“A oitenta anos da sua fundação, a Cidade do Vaticano constitui uma realidade pacificamente adquirida, embora nem sempre bem compreendida nas suas razões de ser e nas múltiplas tarefas que está chamada a desempenhar”.

Bento XVI prestou homenagem de “profundo reconhecimento” á memória do seu predecessor Pio XI, “primeiro e principal protagonista” do Tratado de Latrão, ponto de chegada de “um processo histórico bastante acidentado”. O actual pontífice exaltou “grandeza do Papa Ratti”, que, “com lúcida amplidão de vistas e indómita vontade, foi o verdadeiro fundador e o primeiro construtor do Estado da Cidade do Vaticano”, nos difíceis tempos vividos entre as duas guerras mundiais.

“Com mão firme, (Pio XI) deu um forte impulso à acção eclesial, nas suas múltiplas dimensões: pensamos na expansão missionária, no cuidado a favor da formação dos ministros de Deus, na promoção da actividade dos fiéis leigos na Igreja e na sociedade, na intensa relação com a sociedade civil”.

Um Papa “confrontado com as dificuldades e perseguições que a Igreja sofria em países como o México e a Espanha”. Suscita admiração a “sapiente e vigorosa obra deste Pontífice, que para a Igreja quis apenas aquela liberdade que lhe permitisse desempenhar integralmente a sua missão”. O Tratado de Latrão e o Estado da Cidade do Vaticano eram para Pio XI – observou o Papa – “um instrumento para garantir a necessária independência de qualquer autoridade humana, para dar à Igreja e ao seu Supremo Pastor a possibilidade de realizar plenamente o mandato recebido de Cristo Senhor”.

“Ao longo das oito décadas da sua existência, o Estado do Vaticano demonstrou-se um instrumento dúctil e sempre à altura das exigências que lhe colocavam e continuam a colocar tanto a missão do Papa como as necessidades da Igreja e as condições sempre mutáveis da sociedade”.
“A Civitas Vaticana é… um Estado minúsculo e inerme, sem exércitos que suscitem temor, aparentemente irrelevante nas grandes estratégias geopolíticas internacionais”. E contudo – sublinhou Bento XVI – “este presídio visível da absoluta independência da Santa Sé, tem sido e continua a ser centro de irradiação de uma constante acção a favor da solidariedade e do bem comum”.

“O Estado do Vaticano, que encerra em si tesouros de fé, de história, de arte, alberga também um precioso património para toda a humanidade. Do seu coração, onde, junto ao túmulo de Pedro, mora o Papa, eleva-se uma incessante mensagem de verdadeiro progresso social, de esperança, de reconciliação e de paz”.

“Possa a Cidade do Vaticano ser cada vez mais uma autêntica cidade sobre o monte, luminosa graças às convicções e à generosa dedicação de quantos nela actuam ao serviço da missão eclesial do Sucessor de Pedro – foram os votos finais do Papa.








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