Colombo, 13 fev (RV) - Prossegue no Sri Lanka a maciça ofensiva do exército
contra os rebeldes separatistas dos Tigres Tâmeis. O conflito provocou no nordeste
do país uma dramática emergência humanitária. Cerca de 200 mil civis ainda se encontram
bloqueados na região dos conflitos. Os bombardeios indiscriminados provocaram milhares
de vítimas e não pouparam nem mesmo os hospitais. O último foi atingido ontem à noite,
como denunciado pelo Cruz Vermelha Internacional. O exército do governo, todavia,
negou um seu envolvimento na morte de 16 pacientes da estrutura sanitária.
Sobre
a situação no país asiático falou á Rádio Vaticano o Núncio Apostólico em Colombo,
Dom Mario Zenari.
Dom Mario Zenari:- “Parece que este conflito esteja
chegando ao seu final. Mas os combates estão terminando de um modo muito intenso e
cruel, sobretudo para a pobre gente que se encontra bloqueada entre dois fogos. Ainda
nesta manhã três religiosas, entre elas um italiana que trabalham nesta área ficaram
feridas. Graças a Deus as condições das irmãs não são graves. Foram levadas através
do mar até Trinkomali. Nesta região temos ainda cerca de 24 sacerdotes que se encontram
bloqueados com as suas comunidades”.
P. O senhor teve a possibilidade de
intervir junto às autoridades para pedir uma maior liberdade de movimento das organizações
eclesiais...
Dom Mario Zenari:- "A comunidade internacional deve
fazer pressão sobre os rebeldes, a fim de que pelo menos deixem partir a população
bloqueada entre os dois fogos. Até o momento, os refugiados somam cerca de 35 mil.
Nos últimos dias, na área controlada pelo governo, o fluxo parece contínuo. Tive a
oportunidade, no último domingo, de visitar, junto com o bispo local, dois campos
de acolhida, onde essas pessoas encontram refúgio. Em geral, trata-se de famílias
pobres, de pescadores que conseguiram escapar das áreas de conflito. Pessoas que conseguiram
chegar às áreas controladas pelo governo." (SP)